A Câmara dos Deputados rejeitou nesta quarta-feira a cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O placar foi de 227 votos a favor e 170 contrários à perda do mandato, além de 10 abstenções. Eram necessários 257 votos favoráveis para cassação.

A deputada Carla Zambelli | Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Mais cedo, a Comissão de Constituição Justiça (CCJ) da Casa se manifestou pela cassação ao rejeitar o relatório do deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), que apresentou voto pela preservação do mandato da parlamentar. Na ocasião, o colegiado foi contra o texto por 32 votos a 27.
Diego Garcia afirmava que Zambelli era vítima de “perseguição política” e negou participação da parlamentar nos ataques ao Conselho Nacional da Justiça (CNJ).
Acrescentou, ainda, que o Supremo Tribunal Federal (STF) havia baseado a condenação em um “testemunho dúbio e alguns arquivos recebidos por e-mail”.
Com a decisão, houve a aprovação de um novo relatório, de Cláudio Cajado (PP-BA), que votou pela perda do mandato, alegando que Zambelli está “impedida fisicamente” de comparecer ao plenário.
Ele também defendeu que não houve perseguição política, como declarou Garcia.
Entenda o caso
Zambelli foi condenada duas vezes pelo Supremo Tribunal Federal.
A primeira foi pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do CNJ, com a participação do hacker Walter Delgatti, que resultou em uma sentença de 10 anos de prisão em regime fechado.
A segunda foi por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, quando a deputada ameaçou um homem na véspera do segundo turno das eleições em 2022. Nesse caso, o STF fixou pena de 5 anos e 3 meses, em regime inicial semiaberto.
Nas condenações, o STF também determinou a perda de seu mandato. No entanto, Zambelli fugiu do país e se refugiu na Itália, onde está presa até o momento.









