Com o crescimento da demanda por práticas agrícolas mais sustentáveis e eficientes, os bioestimulantes à base da alga marinha Ascophyllum nodosum vêm se destacando como aliados estratégicos no cultivo da soja, a principal cultura agrícola do Brasil.

Plantação de soja – Crédito: Wenderson Araújo/CNA Canal do Produtor
A produção nacional desse grão alcançou a marca histórica de 171,5 milhões de toneladas na safra 2024/2025 – segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) –, com aumento de 20,2 milhões de toneladas em relação ao ciclo passado. O bom desempenho deve-se ao crescimento da área semeada e à produtividade média nacional, que chegou a 3.621 quilos por hectare, a mais alta já registrada.
“Diante desse avanço, aumenta também a importância de tecnologias inovadoras para sustentar a produtividade em cenários cada vez mais desafiadores, marcados por estresses climáticos e pela necessidade de uso mais eficiente dos recursos naturais”, comenta Bruno Carloto, gerente de marketing estratégico da Acadian no Brasil e Paraguai. É nesse contexto que a alga marinha Ascophyllum nodosum se destaca. Ela é reconhecida por sua notável resiliência, extraída de forma sustentável nas águas frias do Atlântico Norte.
Adaptada a um ambiente extremo, a alga cresce em zonas intermaré, alternando entre a submersão em água salgada e a exposição à desidratação ao sol e ao vento, além de suportar temperaturas que variam de -20°C no inverno a 40°C no verão. Essa capacidade de resistência resulta em um perfil rico em compostos bioativos, como ácido algínico, polissacarídeos ricos em fucose, manitol, aminoácidos, betaínas e fitohormônios naturais. Quando aplicados às plantas, esses compostos desencadeiam respostas fisiológicas benéficas, como maior desenvolvimento radicular, melhor absorção de nutrientes, aumento da fotossíntese e equilíbrio hormonal.

Alga marinha (Ascophillum nodosum) – Crédito: Divulgação
“Para a soja, o ganho está em maior enraizando inicial, maior estruturação de plantas na fase vegetativa, maior enchimento de grãos, maior uniformidade da lavoura e mitigação dos efeitos de estresses abióticos, como déficit hídrico e temperaturas extremas”, explica Carloto. “O uso contínuo dos bioestimulantes à base de Ascophyllum nodosum proporciona maior uniformidade das plantas, aumentando a produtividade da soja em até 8%, além de maior estabilidade da produção ao longo das safras. É uma tecnologia que fortalece o sistema produtivo como um todo.”
Responsável pelo desenvolvimento e fornecimento dessas soluções naturais, a Acadian Sea Beyond é reconhecida como a maior empresa independente do mundo em cultivo, coleta, manejo e extração de plantas marinhas para uso agrícola, com foco especial na alga Ascophyllum nodosum. Com presença em mais de 80 países, a companhia lidera pesquisas e inovações no segmento de bioestimulantes de origem natural.
O mercado brasileiro de bioestimulantes movimenta atualmente cerca de R$ 2,5 bilhões, volume que deve dobrar nos próximos cinco anos. O cenário também é positivo quando considerada a América Latina como um todo – nessa região, a alga utilizada pela Acadian já responde por aproximadamente 30% do volume de bioestimulação.
“Os bioestimulantes representam uma inovação significativa na agricultura moderna. Eles oferecem aos produtores uma ferramenta eficaz para ampliar o desempenho agronômico com menor impacto ambiental, contribuindo para um modelo de produção mais sustentável e competitivo”, reforça Carloto.
Além dos benefícios fisiológicos, o uso contínuo desses bioestimulantes contribui para a construção de sistemas produtivos mais resilientes, reduzindo a dependência de insumos químicos e favorecendo práticas de manejo integradas, como a agricultura regenerativa e o plantio direto. “Isso se alinha às exigências do mercado global por produtos agrícolas de baixo impacto ambiental e alta rastreabilidade”, destaca Bruno Carloto.