O ex-presidente Michel Temer defendeu nesta quinta-feira (27), em Paris, que penas consideradas exageradas nos processos sobre a tentativa de golpe de Estado devem ser reduzidas.

Ex-presidente Michel Temer | Reprodução
A declaração foi dada durante o Fórum Empresarial Brasil-França, promovido pelo Lide, que reuniu empresários e autoridades dos dois países.
Em entrevista coletiva, Temer comentou o atual ambiente político brasileiro:
“Lamentavelmente, eu verifico que há nome contra nome, o que não é útil para o país. O fundamental é que houvesse um programa de um lado”, afirmou.
Ele classificou a proposta como “ousada” e “um pouco ingênua”, mas disse que continua acreditando que o debate deve priorizar projetos – e não confrontos pessoais.
Temer defendeu a redução das penas de investigados
Ao comentar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e de militares investigados pela tentativa de golpe, Temer afirmou:
“Não exagerar essa ideia de que o Brasil vive um conflito imenso. Nós temos é que solucionar o conflito. Se as penas forem exageradas, devem ser reduzidas. Acho que esse é o caminho adequado para o presente momento.”
O encontro ocorreu no Palácio do Eliseu e teve como pano de fundo a expectativa pela possível assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia, considerada uma das negociações comerciais mais extensas do mundo.
Apesar das resistências históricas da França, principalmente ligadas ao setor agrícola, autoridades presentes demonstraram otimismo para que o acordo seja concluído em dezembro.
O fundador do Lide e ex-governador de São Paulo, João Doria, destacou mudanças no cenário internacional:
“Vamos transformar a dificuldade em oportunidade. Quem está nos dando essa oportunidade é o presidente Donald Trump, impondo taxas e restrições. Um país construído por imigrantes.”
Segundo Doria, o cenário global abre espaço para parcerias mais estratégicas entre Brasil e Europa.
Roberto Campos Neto sobre juros no Brasil
Também presente ao fórum, o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, elogiou o atual presidente da instituição, Gabriel Galípolo, e defendeu um ajuste fiscal robusto:
“O Banco Central tem feito um trabalho muito bom. Para conviver com juros de um dígito, será preciso algum tipo de choque fiscal positivo. Se isso acontecer, o Brasil terá condições de manter juros baixos por mais tempo.”










