O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou neste domingo (9) que espera que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia seja assinado no próximo mês de dezembro, no fim da presidência pro tempore do Brasil no bloco sul-americano, dando uma resposta ao “unilateralismo”.

Lula na Cúpula do Clima de Belém, em 6 de novembro | Ansaflash
A declaração foi dada em discurso na 4ª Cúpula entre UE e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac), em Santa Marta, na Colômbia, em meio à reta final da tramitação do tratado nas instituições europeias.
“Temos um enorme potencial de aprofundar nossos laços econômicos. O acordo Mercosul-União Europeia prova que é possível fortalecer o multilateralismo também na frente comercial. Na próxima cúpula do Mercosul, em dezembro, espero que os dois blocos possam finalmente dizer sim para o comércio internacional baseado em regras como resposta ao unilateralismo”, disse Lula em um pronunciamento de cerca de cinco minutos.
Segundo Lula, a formação de novas cadeias produtivas “resilientes” pode fazer com que a América Latina e o Caribe deixem de ser meros fornecedores de “matéria-prima e mão de obra barata para o mundo desenvolvido”.
“Precisamos enviar ao mundo um sinal de que duas regiões estratégicas como América Latina e Caribe e a Europa estão comprometidas com uma agenda promissora de paz, cooperação, ampliação do comércio e dos investimentos, geração de empregos e crescimento sustentável. Fatores essenciais para construir um futuro inclusivo e repleto de oportunidades”, disse o presidente.
Esvaziada, a Cúpula UE-Celac conta com apenas nove chefes de Estado e de governo, incluindo Lula e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anfitrião do encontro. Pela Europa, participam os premiês da Espanha, Pedro Sánchez, da Holanda, Dick Schoof, e de Portugal, Luís Montenegro, além do presidente do Conselho Europeu, António Costa.
A reunião — uma oportunidade para discussões bilaterais sobre temas como comércio, meio ambiente e segurança, com base na transição energética, digital e ambiental — ocorre em um contexto de crescentes tensões geopolíticas, incluindo o recente envio de forças navais dos Estados Unidos para o Caribe e os bombardeios contra supostos traficantes de drogas, que resultaram em mais de 70 mortes.
Em resposta às operações americanas, os delegados estão elaborando uma declaração conjunta que incluirá um posicionamento sobre os ataques.










