Europa ignora Trump e recomenda paracetamol para mulheres grávidas

FDA também reconheceu que não há relação comprovada com autismo

A agência de medicamentos da União Europeia ignorou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e assegurou nesta terça-feira (23) que o paracetamol pode continuar sendo usado por mulheres grávidas.

Donald Trump

Donald Trump faz anúncio sobre paracetamol na Casa Branca | Ansaflash

O posicionamento chega após o líder americano ter dito, sem apresentar provas, que o uso do analgésico Tylenol, medicamento com paracetamol produzido pela farmacêutica Kenvue, durante a gestação aumenta o risco de autismo em bebês.

“O paracetamol continua sendo uma opção importante para tratar dor ou febre nas mulheres grávidas”, disse em nota o diretor médico da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), Steffen Thirstrup, acrescentando que não há evidências de uma ligação entre o uso do remédio na gestação e casos de autismo em crianças.

Pouco antes, o secretário de Saúde do Reino Unido, Wes Streeting, já havia pedido que os britânicos “não prestassem nenhuma atenção” em declarações de Trump sobre medicina, posicionamento reforçado pela agência reguladora do país, a MHRA.

“Tomar paracetamol durante a gravidez continua sendo seguro e não há evidências de que cause autismo em crianças”, garantiu o organismo.

Enquanto isso, a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA iniciou os procedimentos para alterar a bula de remédios com paracetamol e incluir o alegado aumento no risco de autismo, embora reconheça que ainda não tenha sido estabelecida uma “relação causal” entre o princípio ativo e a doença.

Além disso, a própria FDA admitiu que o paracetamol é o “único medicamento aprovado para o tratamento da febre durante a gravidez”, já que a aspirina e o ibuprofeno têm “efeitos adversos bem documentados sobre o feto”.

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