Mais de 80% dos professores veem benefícios no uso da IA no ensino, revela pesquisa debatida na Bett Brasil 2025

Pesquisa inédita realizada pelo Instituto Significare e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) revela o que pensam os professores da educação básica sobre a Inteligência Artificial

São Paulo (SP) – No terceiro dia da Bett Brasil 2025, o painel “O que os professores da educação básica revelam sobre o uso de IA na sala de aula: desafios, percepções e possibilidades” reuniu a professora da UTFPR – Cornélio Procópio e coordenadora do projeto TEDI (Tecnologia e Educação Digital para a Terceira Idade), Camila Sestito, o doutor em Ciência da Computação e líder do projeto InteliGente, Robson Bonidia, e o presidente-fundador do Instituto Significare, Wellington Cruz.

Foto: Divulgação

O debate foi embasado em uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Significare em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que ouviu 346 professores de todos os estados brasileiros. A conversa trouxe reflexões sobre o uso real das tecnologias em sala de aula, abordando pontos como segurança, ética e inclusão digital.

Com esta pesquisa, abrimos uma série de questões importantes, como perceber as peculiaridades do Brasil de uma forma humana e, a partir daí, falar sobre Inteligência Artificial. Procuramos entender os dilemas dos nossos professores, das nossas escolas e as necessidades urgentes da Educação”, explicou o professor Wellington.

Desafios e oportunidades no uso da IA

Um dos principais achados do levantamento é que, embora a maioria dos professores possua conhecimento básico sobre IA, poucos dominam seu uso de forma avançada. Para Camila, isso aponta para dois grandes desafios: “É preciso formar professores capazes de usar a IA no cotidiano e, ao mesmo tempo, prepará-los para apoiar os alunos nesse processo”.

Apesar das limitações, mais de 80% dos docentes entrevistados veem benefícios na aplicação da IA em sala de aula, especialmente para planejamento de aulas e criação de conteúdos interativos. Cerca de 61,6% já utilizam ferramentas generativas de IA para obter ideias, elaborar planos de aula e desenvolver materiais, embora apenas 14,3% tenham incorporado a tecnologia na criação efetiva de materiais didáticos.

Entre os principais obstáculos apontados pelos educadores estão a falta de acesso à internet, escassez de equipamentos, ausência de suporte técnico e, sobretudo, a falta de tempo.

Foto: Divulgação

Ética, responsabilidade e formação crítica

Bonidia ressaltou que não basta apenas levar tecnologia às escolas; é fundamental garantir o uso ético e responsável. “Não adianta introduzir IA em uma região e negligenciar outras menos desenvolvidas”, alertou. Ele também destacou a necessidade de formar estudantes conscientes e críticos quanto ao uso dessas ferramentas.

Para Cruz, a responsabilidade ética no uso da IA deve fazer parte da formação dos alunos. “Cerca de 78,3% dos professores acreditam que é fundamental educar os estudantes sobre a ética no uso da IA — e mais do que isso, avaliar se eles realmente aprenderam a utilizá-la de forma crítica e consciente”, disse ele.

IA ganha protagonismo na área de exposição da Bett Brasil 

A inteligência artificial deixou de ser promessa para se tornar realidade nas salas de aula brasileiras. Na Bett Brasil 2025, diversas empresas do setor apresentam soluções baseadas em IA que têm como objetivo otimizar o trabalho dos educadores, personalizar a aprendizagem e ampliar a eficiência da gestão escolar.

Uma das iniciativas de destaque vem da FTD Educação, que apresenta uma ferramenta inovadora para correção automática de redações manuscritas. Utilizando visão computacional e machine learning, a solução já está em uso em escolas públicas de 38 municípios de sete estados brasileiros. A tecnologia gera comentários personalizados aos alunos e apoia os professores na orientação pedagógica, além de, a partir do segundo semestre, contar com um sistema de detecção de plágio.

A FTD Educação tem investido constantemente em inovação e indicadores sociais, como métricas de performance. Com isso, os professores podem atuar com mais precisão, focando na aprendizagem e na orientação individual dos estudantes, enquanto os processos mais demorados são automatizados”, explicou o diretor-geral da FTD Educação, Ricardo Tavares.

SOMOS Educação, por sua vez, apresenta na feira o Plurall IA, uma solução que combina inteligência artificial com curadoria pedagógica para fortalecer a inclusão escolar. A principal novidade é a funcionalidade de criação de Planos de Ensino Individualizados (PEI), que usa dados e informações dos educadores para propor trajetórias de aprendizagem personalizadas.

A Plurall IA funciona como um assistente pessoal inteligente e confiável, que trabalha com a curadoria e com os materiais didáticos das marcas e sistemas de ensino da SOMOS. Os professores, gestores e educadores ganharam mais tempo para focar na prática pedagógica inclusiva e as escolas fortalecem seu compromisso com a equidade e a diversidade”, afirmou o sócio e diretor de Soluções Digitais da SOMOS Educação, Bruno Brusco.

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