Pets: Veterinária explica a importância da vermifugação para a saúde de cães e gatos

Manter os animais livres de vermes evita diversas doenças nos bichinhos e a transmissão para humanos

Foto: Divulgação

Manter os cães e gatos livres de vermes é importante não apenas para a saúde e bem-estar dos pets, mas também para evitar a transmissão de parasitos para humanos, que podem causar, por exemplo, o bicho geográfico e distúrbios no trato gastrointestinal, sobretudo em crianças pequenas e pessoas imunossuprimidas.

Segundo a médica veterinária e professora do curso de Medicina Veterinária da Uniderp, Vanessa Couto Carneiro, a vermifugação é muito importante nos primeiros meses de vida de cães e gato, para prevenir e tratar os temidos vermes, que podem causar doenças nos pets, além de alguns serem transmitidos para os humanos.

“Vermifugar significa desparasitar, ou seja, eliminar parasitas que podem causar malefícios à saúde dos animais. Para isso, há diversos tipos de vermífugos no mercado e a melhor indicação de uso sempre deve partir de um veterinário que acompanha o pet regularmente”, destaca a especialista.

Quando vermifugar seu animal

A primeira dose deve ser aplicada entre 15 e 30 dias de vida dos pets, sendo reforçada a segunda dose 15 dias depois da primeira aplicação. O Conselho Tropical para Parasitos de Animais de Companhia recomenda a vermifugação em cães de 15 em 15 dias a partir de duas semanas de vida até o filhote completar 8 semanas. “Em gatos, o conselho recomenda o início da vermifugação com 3 semanas de idade, repetindo quinzenalmente até 10 semanas de vida. Respeitar esse calendário é fundamental já que as verminoses podem ser passadas da mãe para o filhote ainda durante a gestação, pela via transplacentária, ou mesmo pelo leite, durante a amamentação”, completa Vanessa.

Depois das 8 ou 10 semanas de vida, em geral, os pets precisam de doses de vermífugo mensais até os seis meses, de acordo com o Conselho Tropical para Parasitos de Animais de Companhia. Posteriormente, o intervalo pode ser aumentado para doses a cada três meses. Devemos lembrar que o uso indiscriminado de antiparasitários pode tornar populações de vermes ou de qualquer outro parasita resistentes a esses medicamentos. Portanto, todo esse processo deve ser acompanhado por um médico veterinário.

Uma das formas mais comuns de transmissão de vermes para cães e gatos é pelo consumo de água e alimentos contaminados. A nutrição adequada de qualquer animal dá suporte ao seu sistema imunológico e ajuda na prevenção de infestações parasitárias graves. Não é indicado servir carnes cruas aos pets, pois podem servir como fontes de contaminação de vermes gastrointestinais”, alerta a veterinária.

A médica acrescenta que até mesmo os bichos que vivem dentro de casa ou apartamento podem ser expostos a contaminações, quando saem para passear com o tutor.

Doenças causadas por vermes

No geral, animais sem vermifugação podem ser acometidos por três principais grupos de doenças:

Toxocaríase: os vermes da família Ascaridae se alojam no intestino de cães e gatos e podem ser observados a olho nu pelo tutor nas fezes e vômitos de bichos contaminados. Em cães, pode causar morte devido à enterite e/ou bloqueio gastrointestinal, além de anorexia, diarreia, vômito, dor abdominal e baixa taxa de crescimento. Em gatos, geralmente, é assintomática. Em humanos, o verme pode causar dor abdominal, febre, hepatomegalia e tosse, pois a larva migra para órgãos como fígado, pulmão, cérebro e olhos, podendo comprometer o sistema neurológico e até cardíaco em alguns casos.

Ancilostomose: causada pelos Ancilostomídeos, parasitas que se alojam no intestino delgado, podem afetar humanos, cães e gatos, causando diarreia, muitas vezes com sangue, anemia e óbito nos pets. A contaminação é feita por meio da ingestão de água e alimentos contaminados. Em humanos pode causar o popular “bicho geográfico”.

Tênias (Dipylidium caninum): parasita cestódeo, é um verme chato que pode ser transmitido para cães e gatos por meio das pulgas. Quando instalado no trato intestinal do pet, geralmente não provoca sinais clínicos, mas pode causar irritação no reto, e os animais esfregam ou “arrastam” o períneo no chão. Ocasionalmente pode ocorrer enterite e/ou obstrução intestinal. Os gatos são mais tolerantes a infestações por esse parasita. Em humanos é transmitido geralmente para crianças ao ingerirem pulgas infestadas, podendo apresentar irritação perianal e/ou distúrbios intestinais leves.

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