Dr. Jofre Cabral orienta a cuidar de crianças no verão

Dr. Jofre Cabral, diretor clínico da UTI Neonatal da Perinatal Rede D’Or de Laranjeiras explica sobre cuidados:

1.Sol e Hidratação:

As recomendações são primeiro respeitar o melhor horário de exposição ao sol que é antes das 10 horas e depois das 16 horas, evitando os raios UVA- UVB, nocivos para a pele mais fina e sensível do bebê que tem menor produção de melanina, com riscos de queimaduras, brotoejas e até risco de câncer de pele.

Os protetores solares são indicados a partir de 6 meses de idade com FPS 50+ e então antes dessa idade deve-se preferir a sombra. Não esquecer de usar chapéus de aba larga para proteção do couro cabeludo, orelhas e pescoço, roupas UVB e deve aplicar o protetor solar antes de sair de casa (20-30 min antes da exposição ao sol) e reaplicar a cada 2-3 horas independente de ter ido ou não para a água. Mesmo cuidado para os dias nublados pois as nuvens não filtram a radiação.

Deve-se ter muito cuidado com a hidratação e ter à mão uma garrafinha de água fria ou chás, sucos, água de coco oferecendo frequentemente. Lembrar que no verão existe o risco de diarreias e desidratação, então lavar as mãos, legumes, verduras e frutas é muito importante. Abuse das frutas com alto teor líquido como melão, melancia, abacaxi e maçã. Evite comprar comidas prontas na praia, parques, pelos riscos de contaminação.

2.Introdução de Água

A introdução de água para os bebês amamentados ao seio, somente a partir dos 6 meses de vida. Até lá somente leite materno. Quando se introduz outros alimentos a partir dos 6 meses se oferece água durante o dia. Para os bebês alimentados com fórmulas infantis pode se oferecer água algumas vezes antes dos 6 meses para não haver sobrecarga de solutos nos rins e prisão de ventre.

  1. Chás e Sucos

A recomendação é que bebês amamentados exclusivamente ao seio não recebam outro líquido qualquer na alimentação. Os sucos só devem fazer parte da alimentação do bebê após 1 ano de vida, em torno de 100 ml/dia e nunca sucos artificiais de caixinha. A melhor opção é oferecer a fruta “in natura” que vai fornecer vitaminas, fibras, minerais. Os sucos têm alto índice glicêmico com risco de anemia, obesidade, má nutrição.

  1. Prematuros

Deve-se ter os mesmos cuidados e até maiores, pois quando eles vão para casa após internação hospitalar ainda têm baixo peso, ainda com imunidade em desenvolvimento, mais suscetíveis a complicações respiratórias e digestiva. Importante a higienização das mãos antes de entrar em contato com o bebê, evitar aglomerações em ambientes fechados como shoppings e restaurantes, pelos riscos das viroses que podem trazer necessidade de reinternação hospitalar. Ficar em ambiente tranquilo, confortável com pouco ruído. Incentivo ao leite materno que tanto protege o RN, vacinar os contactantes para evitar o risco da transmissão da gripe e coqueluche. Lembrar das consultas periódicas ao pediatra e a vacinação.

Engasgos e como devemos lidar com eles? Caso ocorrido na rodovia imigrantes chamou atenção para o problema

Especialista da Perinatal Rede D’Or deu orientações

Há cerca de duas semanas, a destreza de controladores de tráfego que entraram na contramão e salvaram menino engasgado e inconsciente na rodovia dos Imigrantes trouxe um alerta importante: Como devemos socorrer os pequenos em casos de engasgos? A situação que pode ocorrer com crianças e bebês é arriscada e pode levar à morte. O que se deve fazer e a quem recorrer quando ocorrer o engasgo? “É comum que o bebê engasgue com o leite, às vezes algum objeto ou secreção. Por isso, se manter tranquilo é o primeiro passo nesses momentos”, declara José Antônio Pires, enfermeiro da maternidade Perinatal Rede D’Or e especialista no tema.

Segundo o profissional, é necessário que a pessoa responsável esteja segura para realizar o procedimento, conhecido como manobra de Heimlich. “Esse é o método mais seguro para desobstrução das vias aéreas. O adulto deverá virar o bebê de costas para si e inclinar sua cabeça um pouco para baixo. Em seguida, bater por até cinco vezes entre as escápulas. Ainda assim, se o engasgo for mantido é necessário virar o bebê de frente e realizar cinco compressões torácicas com os dois dedos abaixo da linha dos mamilos ainda no osso esterno”, relata ele.
José Antonio destaca os procedimentos que não devem ser feitos e podem piorar o quadro e ensina como socorrer.

1 – Respiração boca a boca

Muitas pessoas pensam que isso pode ajudar. Não ajuda, apenas dificulta a respiração do bebê e empurra o que está engasgando.
2 – Desobstruir as vias com as mãos, no caso de engasgo com objetos

Caso não visualize o objeto ou o alimento não insira os dedos dentro da boca do bebê. Isso pode empurrar mais o objeto ou alimento.

3 – Virar de forma bruta de cabeça para baixo

Feito isso o bebê sai completamente da sua ação de defesa devido ao excesso de estímulo.

4 – Soprar no rosto do bebê

De acordo com o enfermeiro da Perinatal, José Antônio Pires, essa é uma atitude comum entre as avós dos bebês. “Trata-se de uma lenda popular que não colabora em nada para desobstrução. Pelo contrário, atrapalha”, relata.

5 – Jogar o bebê para o alto ou chacoalhar

Tal atitude pode provocar acidentes, como quedas.

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