Complexo de doenças respiratórias prejudica o bem-estar de suínos e impacta a lucratividade da cadeia de produção

Nos últimos cinco anos, a população de suínos vivos variou entre 40 milhões e 41 milhões de cabeças, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses animais, especialmente os mantidos em granjas de criação intensiva, são mais suscetíveis a doenças respiratórias. Caracterizado por quadro de pneumonia, esse problema é rapidamente disseminado entre os suínos da mesma propriedade, quando causadas por bactérias ou vírus.

Foto: Divulgação

A pneumonia provoca inflamação dos pulmões, prejudicando o processo de respiração, trazendo diversos prejuízos à suinocultura brasileira, que tem mais da metade da produção concentrada na região Sul, ainda que esteja presente em todas as outras unidades da federação, com destaque para Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Os quadros de pneumonias nos suínos se apresentam de diferentes formas e com variada intensidade, podendo acarretar diversos sinais clínicos, como tosse, febre e dificuldade respiratória, bem como diminuição no consumo de ração, piora no desempenho zootécnico, choque endotóxico, morte, pleurite, pleurisia e condenação de carcaça nos frigoríficos. Cada item dessa lista traz muito prejuízo para a cadeia produtiva.

Na suinocultura intensiva, as doenças respiratórias se encaixam no que denominamos “Complexo das Doenças Respiratórias dos Suínos (CDRS)”. Trata-se de uma enfermidade respiratória grave, com aumento da morbidade, mortalidade e piora no desempenho zootécnico, especialmente nas fases de crescimento e terminação. O termo “complexo” refere-se à combinação de agentes patogênicos e aos fatores de risco associados às doenças respiratórias.

Os principais fatores de risco estão relacionados ao ambiente, manejo e condições sanitárias dos animais. Exemplos desses fatores são as constantes oscilações de temperatura no interior dos galpões, o manejo inadequado de cortinas, a mistura de animais de várias origens, a superlotação, o vazio sanitário inapropriado e as falhas nos processos de limpeza e desinfecção. Existe forte relação entre a incidência desses fatores de risco e a propagação da CDRS.

Dentre as doenças relacionadas ao trato respiratório, três se destacam e merecem atenção especial dos suinocultores e os dos técnicos envolvidos na produção de suínos. A pausteurelose é uma delas. Trata-se de uma infecção pulmonar que afeta os suínos por meio da bactéria Pasteurella multocida. Os animais apresentam broncopneumonia exsudativa, pleurite, dificuldade respiratória. Pode ocorrer presença de abscessos nos pulmões. Os suínos acometidos se isolam, ficam deprimidos, diminuem o consumo de ração e, consequentemente, há queda no desempenho zootécnico. A morte, quando ocorre, provavelmente seja resultado do choque endotóxico e de falhas respiratórias.

Já a pleuropneumonia é causada pela bactéria Actinobacillus pleuropneumoniae. As formas superaguda e aguda podem provocar morte súbita, com os animais apresentando sangue expelido pelas narinas e boca.  Na forma crônica, observam-se aderências de pleura e pericárdio, focos encapsulados de necrose pulmonar. Os sintomas são febre (41°C), apatia, dificuldade para respirar e tosse profunda.

Por fim, a Doença de Glässer é infecciosa septicêmica, se caracterizando por inflamação das serosas, podendo ocasionar pleurite, pericardite, peritonite, artrite e meningite em várias combinações. As perdas econômicas devem-se à mortalidade de leitões, elevado número de refugos entre os sobreviventes e depreciação das carcaças dos animais afetados. O agente bacteriano envolvido nesta doença é o Haemophilus parasuis. Os suínos adoecem de forma súbita, apresentam perda do apetite (anorexia), febre e apatia. Dependendo do local das lesões, há diferente sintomas clínicos: tosse, dificuldade respiratória, claudicação e sintomatologia nervosa (tremores, incoordenação e decúbito lateral).

Para combater com eficácia as principais enfermidades respiratórias, antibióticos injetáveis compostos por marbofloxacina têm se destacado no tratamento de patologias relacionadas às infecções bacterianas do trato respiratório dos suínos e o CDRS. A Vetoquinol Saúde Animal, uma das 10 maiores indústrias veterinárias do mundo, trouxe ao país a reconhecida marca Forcyl. Seu exclusivo modo de ação, que combina alta concentração plasmática e rápida ação em uma única dose, proporciona tratamento muito eficaz contra as principais doenças respiratórias dos suínos. O tratamento com Forcyl promove rápido retorno do suíno ao proce sso produtivo. Ele pode ser utilizado com total segurança até nove dias antes do abate, trazendo maior praticidade e rentabilidade aos suinocultores.

*André Buzato, médico veterinário, mestre em sanidade e produção animal e gerente técnico de suínos da Vetoquinol Saúde Animal.

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