Como criar ambientes mais aconchegantes com a iluminação certa

Ana Alves, do Nosso Estúdio, fala sobre a importância de um bom projeto luminotécnico

Na hora de idealizar um projeto, a iluminação do ambiente pode ser uma das protagonistas no quesito decoração da casa. É ela que vai ajudar a valorizar determinados objetos e ambientes, além de proporcionar conforto, sofisticação e bem-estar. Mas atenção, ela também pode condenar o projeto se não for bem planejada. Por isso, conhecer os principais conceitos técnicos de luminotécnica pode fazer toda a diferença na decoração, no ambiente residencial, ou na parte técnica, no ambiente corporativo. Mais do que o gosto pessoal na hora de escolher as luminárias é preciso considerar as atividades realizadas naquele cômodo e os “efeitos” que se pretende obter.

Fotos: Divulgação

“Um bom projeto garante que você terá a quantidade ideal de luz e, consequentemente, os cenários esperados”, afirma a engenheira civil Ana Alves, do Nosso Estúdio.  Segundo ela, para definir aconchego luminotécnico, precisamos levar em consideração o contexto. A iluminação está diretamente ligada a tudo que compõe o ambiente:
móveis, revestimento das paredes e uso do espaço.

Se o intuito é assistir um filme na sala, deve-se utilizar uma luz indireta, que não interfira no olhar do observador, tampouco reflita a imagem da TV e não deixe o ambiente demasiado iluminado. O foco é a TV. Então, spots nas laterais do painel ou uma sanca invertida, garantem esse cenário de concentração e até mesmo de cinema”, explica a engenheira.

Você já deve ter ouvido falar em cores de luzes. O que define a cor de uma lâmpada é a quantidade de Kelvin, ou seja, a temperatura dela. Lâmpadas brancas, requerem uma quantidade maior de temperatura e são encontradas comumente com 6.500 K. Lâmpadas amarelas utilizam menos temperatura e variam entre 2.700 e 3.000 K. Já a luz neutra, fica na média dos 4.000 K de temperatura.

Se entendemos que luz ideal é aquela que reproduz melhor aquilo que queremos ver ou desejamos sentir, acabamos de desmistificar que a luz artificial ideal tem cor específica! Nem branca, nem amarela e nem neutra, mas a que eu me sinto bem e atende às necessidades”, afirma Ana Alves.

Fotos: Divulgação

Segundo a engenheira, a parte mais importante da iluminação não é a cor, mas a quantidade de luz necessária para o ambiente e a quantidade do índice de reprodução da cor. No verso da lâmpada existem algumas informações que definem a qualidade do produto. Quanto maior o IRC, maior será a definição do objeto. Logo, as melhores sensações são aquelas onde eu tenho uma maior quantidade de IRC na lâmpada.

Sugere-se acima de 80, sempre. E, se for possível investir um pouco mais, acima de 90. Você nem vai acreditar quando conseguir enxergar perfeitamente os brilhos de uma pedra natural que reveste a parede da sua casa e até mesmo os veios da carne, ao cozinhar”, explica.

Lembrando que o IRC independe da cor escolhida. Seja branca, neutra ou amarela, para garantir uma boa iluminação no ambiente, escolha lâmpadas que tenham um alto índice de reprodução.

Outra dica importante é em relação a quantidade de Lumens, ou seja, quanto de luz é emitido através da lâmpada. Também conhecido como fluxo luminoso é ele quem determina a quantidade necessária de luz no ambiente. “Diferente do Watts, que determina a potência da lâmpada e o consumo de energia, a lâmpada mais eficiente é aquela que tem a maior quantidade de lumens e consome a menor quantidade de watts”, conta a engenheira.

Outra coisa importante de se observar é o posicionamento da iluminação. Quando saímos para caminhar na orla da praia, se estamos de frente para o Sol, geralmente utilizamos óculos, não é mesmo? Isso porque a luz diretamente em nossos olhos, além de prejudicial, dificulta a visão do que está à nossa frente, correto? A métrica para luz artificial é a mesma.

Logo, quando idealizo a distribuição da iluminação em um ambiente, sempre preciso pensar no que, como e por que quero iluminar. “Se vou fazer uma leitura, por exemplo, quero ter visibilidade total do livro. Então, direciono uma luz direta para o que estou lendo. Recomendamos um pendente ou um abajur de parede com regulagem, para que você consiga direcionar entre 30 e 60 cm da posição em que segura o livro”, sugere Ana.

Por fim, para dar ainda mais personalidade ao projeto luminotécnico da sua casa, procure um arquiteto ou designer de interiores para te ajudar a não cometer deslizes técnicos em situações específicas, e até mesmo, dar personalidade e vida a decoração da sua casa.

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