Marcas na Memória

Alcebíades Alves de Albres – Foto: Divulgação

A 160 metros, acima do nível do mar, toda vez que se aproxima oito de maio, aniversário de emancipação política e administrativa, venho contar mais um pouco da história, da cidade que me acolheu como contador de histórias, me laureou com o título de cidadão e agora publica um dos meus livros, através da Fundação de Cultura. Banhado pelos rios Aquidauana e Taquarussu, fazendo divisa com Aquidauana, Miranda, Nioaque, Bonito, Dois Irmãos do Buriti e Maracaju, tem uma população próxima aos 24 mil habitantes. Inegável é que a história de “Anastácio” está intimamente ligada à de Aquidauana, datando sua origem de 15 de agosto de 1892, marco oficial, sob a égide dos inesquecíveis: Theodoro Rondon, João de Almeida Castro, Augusto Mascarenhas, Manoel Antônio Paes de Barros e Estevão Alves Correa.

Entrementes, este artigo é dedicado as pessoas históricas de Anastácio Iniciando pela primeira legislatura em 08 de maio de 1965 aonde estava presente Alcebíades Alves de Albres e Almiro Flores Nogueira, até a presente data cujo gestor municipal Nildo Alves de Albres, que tem-nos ouvido quanto a preservação das tradições e cultura da cidade, além da preocupação atual que é a saúde, tendo em vista, o primeiro caso confirmado do Covid 19, no município. Mas retornando o foco para o fato histórico, eu dizia: considerando que a margem esquerda do Rio Aquidauana fora onde se iniciou a atividade comercial de Aquidauana, tem-se o porto de Anastácio como o primeiro núcleo de desenvolvimento aquidauanense. Isso posto, devido ao fato de que naquela época o meio de transporte plausível e frequentemente utilizado, era a navegação fluvial. Ressalto apenas que, as barrancas do rio, em sua margem direita, não eram propícias para a atracação. Em consequência, ao longo da rua Porto Geral, na margem esquerda, surgiram as primeiras casas comerciais e a primeira escola (denominada Coronel Theodoro Rondon).

Nildo Alves de Albres – Foto: Divulgação

Assim sendo, o que a priori era um bairro de Aquidauana, nessa levada, foi se tornando um grande centro de abastecimento, devido ao porto que se localizava na margem esquerda. Esse cenário começa a mudar em torno de 1911, quando os trilhos da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, viceja o município em sua margem direita e a estação ferroviária, passa a concentrar em seu arrebol, um aglomerado urbano que se desenvolve com veemência. Neste diapasão, moradores de cá, sentem-se prejudicados pela Administração Municipal, instalado na margem direita, momento em que se organiza o Movimento de Independência da Margem Esquerda / MIME, que vislumbrava com fervor a emancipação. Nessa labuta reservo o direito de lembrar dos nomes de Almiro Flores Nogueira, o “Seo Belinho” (primeiro prefeito) e David Medeiros Sobrinho, também posteriormente assentado na cadeira mais alta da municipalidade, e enfim, é criado o “Distrito de Paz da Margem Esquerda”. Advogo que, o nome “Anastácio foi escolhido em homenagem ao primeiro morador do povoado, o italiano Vicente Anastácio, cuja residência, foi a pioneira em alvenaria erigida, no povoado. Na esquina das avenidas Manuel Murtinho e Porto Geral.

Para finalizar, o falar pode ser tão difícil e complexo quanto o ato de escrever, demonstrando que ambos são aspectos desejáveis e importantes para a cultura. Digo isso, porque alguns nomes serão sempre lembrados e citados. Agradeço as conversas e os momentos em que estive com a população de Anastácio e Aquidauana me contando causos e eu traduzindo em artigos como esse. Permita-me que eu conte mais umas outras histórias de Porto Canuto e das curvas do Rio Aquidauana, até que o arquiteto do Universo, me chame para que eu possa ouvir as poesias de Cláudio Valério, enfim, continuar aprendendo com os “Grandes”.

*Articulista, recebeu o título de Cidadão Anastaciano em 1997 e a maior honraria do município, a internacional Comenda Visconde de Taunay, no 54 º aniversário da cidade em 2019.

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