Expectativa de vento forte anima Robert Scheidt no Campeonato Mundial da Austrália 2020

Em uma estreia com vento fraco (média de dez nós), bicampeão olímpico completou as duas regatas do dia em 16° e um 11° lugares para garantir a 40ª colocação entre 124 velejadores. Para esta quarta-feira (12), velocidade das rajadas deve subir até 25 nós

São Paulo (SP) – Após uma estreia com vento fraco nesta terça-feira (11), a expectativa para o segundo dia do Campeonato Mundial da classe Laser 2020 é para regatas mais velozes nesta quarta-feira (12), no Sandringham Yacht Club, em Melbourne, na Austrália. Essa é uma condição que favorece o estilo de velejada de Robert Scheidt, que iniciou a competição conseguindo um 16° e um 11° lugares para garantir a 40ª colocação entre 124 velejadores que largaram na abertura da competição mais importante e dura de 2020, antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

O bicampeão olímpico Robert Scheidt (Divulgação)

O primeiro dia começou devagar em Melbourne e o comitê de regata manteve os velejadores em terra à espera do vento. Ele entrou por volta das 15h30 (a Austrália está 11 horas à frente do horário de Brasília) e as duas primeiras provas do Mundial foram disputadas com vento fraco, com média de dez nós (cerca de 18/km). A boa notícia para quem sempre gostou de velejar com velocidade, como Scheidt, a boa notícia é que as rajadas devem aumentar e chegar a até 25 nós (mais de 45/km). “O objetivo é seguir evoluindo ao longo da competição e conquistar uma vaga na fase semifinal, a partir de sexta-feira (14). Vamos esperar que o vento entre forte”, explica o velejador patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex e que conta com o apoio do COB e CBVela.

Scheidt disputa o Mundial focado em elevar seu nível competitivo visando uma boa participação na Olimpíada de Tóquio, a partir de julho, a sétima em seu currículo (recorde entre os atletas brasileiros). “A disputa aqui na Austrália é intensa, pois temos perto de 130 velejadores de elite na água. Estamos divididos em três flotilhas e largar bem será fundamental para buscar boas colocações nas quatro regatas restantes, nesta quarta e quinta, para construir uma boa média e avançar para a fase final. Importante também evitar grandes erros para me manter entre os barcos com chance de ir até o final na luta pelo pódio”, completa o velejador, que tem 27 pontos perdidos. A liderança na Austrália é do atleta local, Finn Alexander, com 3pp.

Dono de 14 troféus de campeão do mundo – 11 na Laser e três na Star – o velejador de 46 anos enfrenta atletas até 20 anos mais jovens em Melbourne. O bicampeão olímpico retornou à classe Laser em 2019, após quase três anos ausente, desde os Jogos do Rio/2016, onde terminou na quarta colocação mesmo vencendo a medal race. Nesse período de readaptação às novas técnicas e nova mastreação, cumpriu seu objetivo principal, que foi o índice para Tóquio, com o 12° lugar no Campeonato Mundial da Classe Laser 2019, em Sakaiminato, no Japão, em julho.

Na volta à vela olímpica, Scheidt disputou outras três grandes competições. A última foi o Ready Steady Tokyo, no final de agosto de 2019, em Enoshima, quando terminou em 10° lugar, chegando à medal race pela primeira vez desde que decidiu interromper a aposentadoria da classe Laser. Ele chegou próximo da regata da medalha no Troféu Princesa Sofia e na Semana de Vela de Hyères.

Agora, compete na Austrália para carimbar o passaporte olímpico, pois ainda precisa esperar a convocação final para a delegação brasileira. De acordo com o critério da Confederação Brasileira de Vela (CBVela), ele só perde a vaga para os Jogos do Japão se outro atleta do Brasil subir ao pódio no Mundial da Laser em 2020. O Brasil tem apenas mais um representante em Melbourne, o velejador Gustavo Nascimento, de 24 anos, que ocupa o 96° lugar depois do primeiro dia do Mundial.

Maior atleta olímpico brasileiro

Cinco medalhas:

Ouro: Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na Classe Laser)

Prata: Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)

Bronze: Londres/2012 (Star)

181 títulos – 89 internacionais e 92 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames e, neste domingo, o Europeu de Star.

Laser
– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013

*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star

– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*

*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

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