Por trás de cada Olhar

Por trás de cada olhar, certamente existe uma história que ninguém conhece … mas que a maioria se acha capaz de julgar. Por isso somos pássaros cativos numa noite sem luar.

A forma alada que somente a música pode alcançar. E nesse diapasão considero que a música sertaneja tenha surgido em 1929 seguindo as ações de Cornélio Pires que gravava “causos” e fragmentos de cantos tradicionais rurais da região cultural caipira.

Batô e Cleber – Foto: Divulgação

O gênero se caracteriza pelas letras que ofertam ênfase ao cotidiano e na maneira de cantar. Hoje, comento sobre uma dupla que justamente traz o tradicional da música sertaneja, para o nosso meio, assim como ela foi concebida se baseando em um duo baseado em um tenor e uso alternado de alta impedância e tensão vocal de voz nasal e agudos abertos.

Assim a dupla, Batô e Cleber, incorpora o elemento estilístico de gênero disseminado pela indústria musical, embora não esqueçam da roupagem e o conteúdo temático da verdadeira música sertaneja fazendo com que o tradicional e o moderno coexistam harmonicamente. O repertório que fala de amor e de corações dilacerados, mas também trazem a esperança de que um dia aquele amor que foi embora, possa voltar, e reveja seus conceitos de felicidade, com gratidão, humildade, carinho com o ser humano e esperança, cheios de poesia.

Por isso quando ouvimos, na voz da dupla:

“Ali passava boi, passava boiada
Tinha uma palmeira na beira da estrada
Onde foi gravado muito coração…” 

Música: Triste Berrante

Composição: Adauto Santos

Álbum: Paixão Demais

Temos a nítida sensação de que estamos ouvindo as nossas lembranças, aquele beijo que ficou esquecido no ar, passeando num rádio de pilha no meio do cerrado pantaneiro.

Aliás, o rádio sem o entretenimento talvez não tivesse sentido, emoção, criatividade, seria algo sem nenhum sentimento. Precisamos ouvir ainda muitas vezes: Cereja e Maça, Desatino, Triste Berrante, Por Telepatia, Estrela de Ouro, Idas e Voltas, Só dá Você, Seguindo seus Passos.

Triste Berrante – Foto: Divulgação

É esse gênero, em conjunto com outras preciosidades, que faz com que o rádio ainda exista e tenha audiência e penetração social.

Num momento de efervescência musical, com a explosão do conhecido sertanejo universitário, se faz necessário um resgate do gênero sertanejo, buscando mostrar as influências e as contribuições da música raiz, da música que tem letra e história pra contar, que são os estilos que se consolidaram ao longo da história, e ao meu ver é esse o grandioso destino da dupla Batô e Cleber.

*Articulista

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