Impactada pela Alimentação, inflação de agosto ficou negativa em Campo Grande

Transporte, Educação e Saúde também colaboraram, segundo informações do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais da Uniderp

A inflação de Campo Grande ficou negativa em agosto, – 0,25%, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp. A taxa do IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande) é a menor de 2019 e a mais baixa desde julho de 2017, quando chegou a – 0,27%.

De acordo com o coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp, Celso Correia de Souza, não houve surpresa com o resultado, pois, pela série histórica da inflação, os índices desse período são pequenos: “em 2019 a inflação tem sido muito baixa de modo geral, o que justifica o resultado. O comportamento deu um alívio financeiro aos consumidores, principalmente, para aqueles que priorizam a cesta básica em suas compras”, explica.

Foto: Álvaro Barbosa/Arquivo

Dos sete grupos que compõem o IPC/CG, quatro registraram deflação em agosto puxando o indicador econômico para baixo. A alimentação foi o grupo com maior impacto, já que seu índice foi -1,58%. Os indicadores de queda dos grupos Transportes (-1,14%), Educação (-0,52%) e Saúde (-0,04%) também colaboraram para a taxa mensal ficar negativa, sinalizando que o custo de vida do campo-grandense foi menor em agosto.

Nos oito primeiros meses de 2019, o acumulado recuou para 2,37%. Levando em consideração os últimos doze meses, o acumulado também caiu para 3,64%, bem abaixo da meta inflacionária do Conselho Monetário Nacional (CNM) para o Brasil no ano de 2019, cujo centro da meta da inflação para o ano é de 4,25%.

Maiores e menores contribuições

Os dez “vilões” da inflação, em agosto:

  • Energia Elétrica, com inflação de 3,30% e contribuição de 0,18%;
  • Vestido, com inflação de 2,12% e contribuição de 0,02%;
  • Cebola, com inflação de 15,34% e participação de 0,1%;
  • Maçã, com variação de 8,92% e colaboração de 0,01%;
  • Calça feminina, com acréscimo de 1,43% e contribuição de 0,01%;
  • Sandália/chinelo masculino, com variação de 1,43% e colaboração de 0,01%;
  • Arroz, com acréscimo de 1,08% e contribuição de 0,01%;
  • Pão francês, com reajuste de 1,46% e participação de 0,01%;
  • Sabonete, com elevação de 1,40% e colaboração de 0,01%.
  • Biscoito, com aumento de 1,72% e participação de 0,01%.

Já os dez itens que auxiliaram a reter a inflação, com contribuições negativas foram:

  • Gasolina, com deflação de -3,59 e contribuição de -0,13%;
  • Tomate, com redução de -30,77% e colaboração de -0,07%;
  • Papelaria, com diminuição de -0,75% e participação de -0,05%;
  • Camisa masculina, com decréscimo de -4,73% e contribuição de -0,04%;
  • Batata, com baixa de -10,23% e colaboração de -0,03%;
  • Short masculino, com diminuição de -4,06% e participação de -0,03%;
  • Automóvel novo, com redução de -1,22% e contribuição de -0,03%;
  • Alcatra, com decréscimo de -1,80% e colaboração de -0,02%;
  • Costela, com queda de -3,93% e participação de -0,02%;
  • Contrafilé, com baixa de -4,02% e contribuição de -0,02%.

Segmentos

O grupo habitação, que possui o maior peso de contribuição para o cálculo do índice mensal, apresentou alta de 0,35% em relação ao mês de julho. Entre os destaques de altas estão: energia elétrica (3,30%) – devido ao início da vigência da bandeira tarifária vermelha, patamar 1 – saponáceo (1,75%), desinfetante (1,70%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com: álcool para limpeza (-3,26%), limpa vidros (-1,26%), sabão em pó (-0,79%), entre outros.

O índice de preços do grupo alimentação apresentou forte deflação em seu índice deflação: -1,58%, com baixas apreciáveis em produtos da cesta básica em que alguns produtos baixaram de preços de modo expressivo.

“O grupo alimentação é o melhor termômetro para explicar o comportamento da inflação ao longo do ano, pois, tem a segunda ponderação na formação do índice inflacionário geral e trata-se de um item de consumo primário”, explica Celso Correia. Além disso, esse grupo sofre muita influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alguns de seus produtos, principalmente, verduras, frutas e legumes. “Alguns desses produtos aumentam de preços devido ao término das safras. Outros, diminuem. Quando o clima é desfavorável há elevações de preços”, complementa o professor.

Os maiores aumentos de preços que ocorreram em produtos/serviços desse grupo foram: limão (20,18%%), cebola (15,34%), manga (15,26%), entre outros com menores aumentos. Fortes quedas de preços ocorreram com: tomate (-30,77%), pão integral (-24,23%), beterraba (-20,90%), entre outros.

Dos quinze cortes de carne bovina pesquisados pelo Nepes da Uniderp, oito tiveram aumento de preços. Em relação à carne bovina, os aumentos ocorreram com fígado (3,13%), cupim (2,46%), vísceras de boi (2,09%), coxão mole (1,26%), acém (0,62%), peito (0,30%), patinho (0,195), filé mignon (0,04%). Quedas de preços ocorreram com picanha (-5,08%), contrafilé (-4,02%), costela (-3,93%), lagarto (-3,67%), alcatra (-1,80%), paleta (-0,31%) e músculo (-0,11%). Quanto aos cortes de carne suína, tiveram aumento a bisteca (5,09%) e costeleta (0,15%). Já o pernil caiu -3,82%; frango resfriado reduziu -1,85% e os miúdos de frango sofreram queda de – 0,13%.

O grupo transportes apresentou deflação: – 1,14%, devido às baixas de preços com gasolina (-3,59%), automóvel novo (-1,22%) e diesel (-0,33%). Aumento de preço foi constatado apenas com etanol (0,02%). Outros grupos que seguiram o comportamento de baixa foram: educação, que fechou agosto com – 0,52%, e saúde, que ficou em negativo em 0,04%.

Já o índice do grupo despesas pessoais teve uma pequena alta de 0,04%. Os principais produtos com elevações de preços foram: absorvente higiênico (2,07%), produto para limpeza de pele (2,07%), xampu (1,81%), entre outros. Quedas de preços ocorram com creme dental (-5,22%) e fio dental (-3,37%).

Também com tendência de alta moderada ficou o grupo vestuário, que encerrou com 0,16%. Os destaques de aumentos de preço foram: bermuda e short feminino (3,39%), saia (2,13%), camiseta masculina (2,02%), entre outros. Quedas ocorreram com: camisa masculina (-4,73%), short e bermuda masculina (-4,06%), sandália/chinelo feminino (-3,90%), entre outros.

IPC/CG

O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O IPC busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Uniderp divulga mensalmente o IPC/CG via Nepes.

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