Jair Bolsonaro comete três infrações de trânsito em seu passeio de moto

Presidente foi visto com viseira aberta, capacete mal colocado e sem a cinta jugular afivelada durante o feriado de Páscoa. Houve multa? Não.

Bolsonaro durante seu passeio de moto (Foto: Cleide Carvalho/Agência O Globo)

Bolsonaro durante seu passeio de moto (Foto: Cleide Carvalho/Agência O Globo)

O presidente Jair Bolsonaro surpreendeu muita gente ao ser visto pilotando uma motocicleta na noite do sábado (20), na cidade do Guarujá, no litoral de São Paulo. O chefe do executivo chegou ao forte dos Andradas, onde passou o feriado de Páscoa, conduzindo uma Honda CG.

O que mais chamou a atenção, no entanto, foi o fato de Bolsonaro conduzir o veículo de forma irregular. Primeiro o presidente é visto com a viseira aberta. E, depois, ao retirar o capacete da cabeça, parcialmente, para saudar seus apoiadores.

“O presidente já começou errado ao trafegar de motocicleta com a viseira aberta e sem a cinta jugular afivelada. Até alguns anos a viseira levantada era considerada infração gravíssima, mas agora passou a ser considerara infração leve”, diz o gerente técnico do Observatório Nacional de Segurança Viária, Renato Campestrini. Confira no vídeo abaixo:

E não se trata de um capricho da lei. Afinal, o que parece ser uma atitude inofensiva pode acarretar em acidente grave para o motociclista e para terceiros. Basta que algum inseto ou objeto atinja os olhos do condutor para que a chance de um acidente seja enorme.

Quem anda de moto já deve ter percebido, pelo menos uma vez, algum inseto se desfazendo na viseira do capacete. E ocorrências assim podem até cegar uma pessoa.

Já ao trafegar com o capacete levantado, ou mal colocado, como o que o presidente fez no litoral paulista, é mais grave ainda. A infração gravíssima é semelhante ao ato de conduzir uma moto sem o equipamento de segurança.

A atitude imprudente gera multa de R$ 293,47, e mais sete pontos na CNH, além de possível proibição ao ato de dirigir por dois a oito meses.

“O capacete é (deveria ser) um instrumento pessoal e intransferível. Se a pessoa está com um modelo maior do que o indicado, ou colocado de maneira incorreta, as chances do acessório sair da cabeça são enormes em caso de uma colisão. Por isso, reforço aqui a importância desse equipamento que, se bem utilizado, reduz em até 72% o risco de lesão e em 40% o risco de morte, em caso de acidentes”, conta Campestrini.

Vale lembrar que Bolsonaro é habilitado nas categorias A (que permite a condução de qualquer tipo de motocicleta), e D (que permite dirigir veículos para transporte de passageiros com capacidade para mais de oito passageiros, como ônibus e micro-ônibus).

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