Uber decide entrar no mercado de ações e pretende encostar na GM em valor de mercado

Em relatório revelado esta semana, empresa revela que o Brasil é o seu segundo melhor mercado, faturando quase R$ 4 bilhões

Aplicativo Uber (Foto: Getty Images)

Aplicativo Uber (Foto: Getty Images)

A Uber confirmou nesta semana que pretende abrir seu capital, ou seja, se tornará uma empresa com ações à venda na Bolsa de Valores de Nova York. Até o fim de abril, a empresa deve divulgar o quanto suas ações devem no mercado, já que as vendas estão previstas para o começo de maio. Com isso, o aplicativo pretende se tornar uma das maiores empresas do setor de tecnologia com capital aberto.

As 368 páginas da documentação que a empresa aporesentou à Comissão de Títulos e Câmbio dos EUA em dezembro só se tornaram públicas agora e revelam vários detalhes sobre a companhia que eram considerados misteriosos até agora. Entre todas as informações divulgadas no relatório, duas chamam mais atenção.

A primeira delas é que o Brasil é o segundo melhor mercado para a empresa atualmente. O faturamento por aqui no ano passado atingiu US$ 959 milhões (R$ 3,7 bilhões), o que representa um aumento de 115% em relação a 2017. A Uber soma 22 milhões de usuários no Brasil e 600 mil motoristas trabalhando em mais de 100 cidades.

A segunda informação curiosa é que, caso a empresa atinja suas próprias expectativas com sua entrada no mercado, ela encostará na General Motors quando o assunto é valor de empresa. Com a abertura do capital, a empresa pretende vender cerca de US$ 10 bilhões (R$ 38,8 bilhões) em ações, o que geraria uma valorização de US$ 90 a US$ 100 bilhões (de R$ 349 bilhões a R$ 388 bilhões). Já a GM soma atualmente US$ 15,7 bilhões (R$ 60,9 bilhões).

Comparando com outras empresas de tecnologia, ela ficaria atrás apenas da chinesa Alibaba e do combalido norte-americano Facebook. Ao todo, o aplicativo atua em 700 cidades pelo mundo e realiza um total de 14 milhões de viagens. Segundo os documentos, a empresa paga cerca de US$ 78 bilhões de dólares (R$ 302 bilhões) aos seus motoristas.

O aplicativo revela que tem 91 milhões de usuários ativos (contando o serviço de transporte e de delivery de comida, o Uber Eats) e teve receita de US$ 11,3 bilhões ano passado, o equivalente a quase R$ 44 bilhões.

Mas, nem tudo são flores e seu crescimento recente tem sido em ritmo lento. Apesar de ter crescido cerca de 40%, a empresa afirm que perdeu 3 bilhões de dólares (quase R$ 11 bilhões) só em 2018.

Obstáculos para a Uber

Entretanto, problemas regulatórios, disputas governamentais e com taxistas, preços mais altos que anteriormente e polêmicas com seus passageiros levaram a Uber a admitir no documento que talvez nunca seja lucrativa. “Nós esperamos que nossas despesas operacionais aumentem significamente em um futuro previsível e nós podemos não alcançar o lucro”.

Além disso, a empresa afirma que está em um “mercado altamente competitivo”, cita concorrentes forte e barreiras de entradas que dificultam o processo de crescimento da Uber. Para tentar driblar a concorrência, a empresa oferece incentivo aos motoristas e promoções aos consumidores, o que de certa forma, diminui sua lucratividade. Vale lembrar que a empresa teve um prejuízo de US$ 6,8 bilhões (R$ 26,3 bilhões) entre 2014 e 2018.

A mudança para capital aberto já é esperada desde dezembro do ano passado, mas o anúncio só veio nesta semana, duas semanas depois que a principal e mais nova concorrente da Uber nos EUA, a Lyft, abriu capital na Bolsa.

Lyft, concorrente da Uber (Foto: Divulgação)

Lyft, concorrente da Uber (Foto: Divulgação)

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