Jesus, o Eterno Educador

Tudo tem o seu tempo. Jesus, o Cristo Ecumênico e Divino Estadista — inspirador modelo de dedicação ao próximo com o qual inúmeros heróis do ensino se identificam —, permanece!

Ele disse: “Passará o Céu, passará a Terra, mas as minhas palavras não passarão” (Evangelho, segundo Lucas, 21:33).

Alguém pode exclamar: “Mas e minha mãe, e meu pai, e os companheiros que partiram?!…”.

E quem disse que eles se foram?! Apenas ocorre o que descreveu o talentoso escritor e poeta português Fernando Pessoa (1888-1935): “A morte é a curva da estrada. Morrer é só não ser visto”.

Ora, na verdade, os mortos não morrem!

É preciso esclarecer, então, que nessa minha assertiva procuro exaltar o sentido do que realmente é perene neste mundo: o Amor Fraterno, exemplificado pelo Divino Mestre em sacrifício por todos nósO verdadeiro Amor nunca se extingue, ipso facto, persiste, mesmo durante as piores tormentas.

Da Antologia da Boa Vontade (1955)fui buscar esta página memorável:

Pequeno apólogo chinês

“Li-Chi-Kin, o sábio dos sábios, mandou vir todos os livros das regiões de Hou-Hou e dos países de Yuê. Meditara longamente as máximas de Tao-Te-Ching e desejava escrever o Tratado de Toda a Sabedoria. Li-Chi-Kin, o sapientíssimo, mandou encadernar um grande infólio de mil e uma páginas, em branco, para escrever a súmula de toda a Sabedoria. E leu todos os livros.

“Ao fim do seu labor paciente, que durara muitos anos e fatigara os seus olhos serenos, numa tarde de inverno, vendo correr as escuras águas do Shâ, o sábio resolveu escrever: tomou do seu pincel, embebeu-o em nanquim, acendeu a lâmpada e ficou em silêncio.

“Todos supunham que Li-Chi-Kin levaria outros muitos anos desenhando as mil páginas do Tratado de Toda a Sabedoria. Entretanto, nessa mesma tarde de inverno, deu por terminada sua obra.

“Convocou todos os sábios de Hou-Hou e de Yuê, abriu o grande livro e lhes mostrou o fruto do seu labor. O livro das mil páginas só tinha uma escrita e, nela, uma única palavra: AMOR.

“Li-Chi-Kin, o sábio dos sábios, cofiando a barbicha real, que lhe escorria do queixo pontudo, pôs os olhos além do horizonte enevoado do Shâ e, com a sua voz mansa, disse:

“— Sim, esta palavra é tudo. Resume toda a sabedoria: o Amor é a causa de tudo o que existe. Por ele chegaremos a todas as perfeições. Pelo Amor é que conseguimos ver um pouco de luz nas trevas que nos envolvem, conhecendo assim um pouco do desconhecido. O Amor rege os astros e as plantas, os seres e as coisas, o sol, o mar, o mais humilde dos vermes e o destino humano. E só pelo Amor se revela aos homens um pouco do mistério da existência: e isso é tudo o que devemos saber, porque tudo mais é inútil e vão”.

“Deus é Amor”, definiu João, Evangelista e Profeta, em sua Primeira Epístola, 4:16: “E nós conhecemos e cremos no Amor que Deus tem por nós. Deus é Amor. E aquele que permanece no Amor permanece em Deus, e Deus, nele”.

E essa é a grande lição que o Discípulo Amado, João, aprendeu com o Divino Mestre Jesus. E, “na verdade, nada existe fora desse Amor”, concluía o saudoso Fundador da LBV, Alziro Zarur (1914-1979).

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

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