Produtoras e trabalhadoras rurais se destacam em MS

Conciliando trabalho e maternidade, produtoras e trabalhadoras rurais se destacam em Mato Grosso do Sul.

No campo ou na cidade essas valorosas cidadãs conciliam o trabalho de mãe, esposa e profissional. – Foto: Divulgação

No campo ou na cidade essas valorosas cidadãs conciliam o trabalho de mãe, esposa e profissional. – Foto: Divulgação

Assim como no meio urbano, as produtoras e trabalhadoras rurais brasileiras acumulam funções no setor rural, que vão de administração da propriedade até cargos em agroindústrias. Em Mato Grosso do Sul, dos 106,4 mil chefes de domicílio rurais registrados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 22% são formados por mulheres.

O dia das mães é comemorado no segundo domingo de maio (08) e o Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, por intermédio do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, destaca o trabalho de algumas dessas guerreiras que conciliam as funções de mães em tempo integral, produtoras e trabalhadoras rurais.

Na avaliação da diretora secretária do Sistema Famasul, Terezinha Cândido de Souza, as mulheres do setor agropecuário têm procurado acompanhar a evolução em todos os segmentos profissionais e não há mais espaço para competição, mas, sim para união de esforços. “Na minha profissão de médica veterinária não encontrei discriminação, mas, acredito que vai da postura de cada pessoa. O fato de trabalhar com educação ajudou a esclarecer os produtores e trabalhadores rurais que a competência independe do gênero e me considero uma profissional, esposa e mãe realizada. Por isso quero parabenizar todas as mulheres que se dedicam a construir um mundo melhor para as próximas gerações”, finaliza.

Sucessão Familiar – Nossa primeira mãe-produtora se chama Olidia Ferreira Barbosa, mora no município de Figueirão e há cinco anos administra a Estância Pedra Bonita, dedicada à atividade de pecuária de leite. A professora aposentada e mãe de quatro filhos relata que teve de assumir a gestão em função da doença do pai, atualmente com 83 anos. “Quando comecei a trabalhar na propriedade sabia pouco sobre administração e o pontapé inicial se deu com o curso de Empreendedorismo Rural do Senar/MS. De lá para cá trabalhei e aprendi bastante, mas, sei que a atividade rural é um investimento de médio a longo prazo, por isso é preciso capacitação e dedicação”, argumenta.

Olidia reforça que se enquadra no caso de sucessão familiar, no entanto, enfrenta dificuldade para estimular os filhos a permanecerem na propriedade. “Meus pais sempre me incentivaram a estudar e ter minha profissão, pois não queriam que eu ficasse na lida diária. O resultado é que eu sabia muito pouco do cotidiano da fazenda quando assumi. Com meus filhos foi um pouco diferente, como foram criados na cidade eles não tem vontade de trabalhar aqui na área rural e escolheram profissões urbanas”, acrescenta.

Produtora familiar – No município de Rio Brilhante, especificamente no assentamento São Judas, a produtora familiar Marinez Deciam se dedica há 14 anos em trabalhar na atividade leiteira. Casada e mãe de três filhos, ela explica que sempre gostou de estudar e, por isso, ficou satisfeita em participar das capacitações oferecidas pelo Senar/MS. “Nós sempre podemos aprender mais e apesar de tantos anos dedicados a pecuária de leite, fiquei satisfeita em aprender técnicas corretas de manejo. Participei do curso de Aplicação de Medicamentos e posso dizer que foi bastante proveitoso e já estou me programando para fazer outras capacitações aqui no município”, ressalta.

Mudança de atividade – Neila Souza Batista, 36 anos, chegou ao Mato Grosso do Sul há três anos. Natural do interior da Bahia ela se estabeleceu com o esposo e dois filhos na cidade de Taquarussu. O primeiro emprego de Neila foi na Coovale – Cooperativa Agropecuária Mista Vale da Esperança e depois de participar do curso de Operador de Trator, do Senar/MS, recebeu a primeira promoção. “Me sinto realizada por ter encontrado uma nova profissão, na qual sou valorizada. Antes do curso eu trabalhava no departamento de Controle de Qualidade, mas, agora vejo que tenho uma possibilidade de carreira. Tanto que estou disposta a participar de todos os cursos que forem oferecidos na cooperativa”, reforça.

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