Pompéia Barbosa Pereira – Foto: Acervo Pessoal
A poeta e escritora Pompéia Barbosa Pereira comemora seus 95 anos bem vividos, juntamente com seus familiares, neste domingo (13 de março/22). E, para esta celebração especial, tão marcante para Pompéia e sua família, além de seus amigos, haverá o relançamento informal do seu livro “Um Pé de Prosa em Maracaju”, agora numa Edição Comemorativa (2ª edição especial) desta sua obra de contos e causos.
Autora de várias publicações, Pompéia Barbosa Pereira trouxe de berço o dom especial de dialogar com as palavras e nelas, numa integração harmônica, traduzir as suas percepções cotidianas. Assim, ela escreveu seus livros, evidenciando o seu estro, fecundando as suas ideias com ternura, descobrindo os tranquilos caminhos para dar sentido à vida e ao dia-a-dia.
Goethe definiu que “o estilo de um escritor é a fiel expressão dos seus pensamentos”. Assim, podemos afirmar que Pompéia sempre foi movida por leves sensações e que no seu interior habitam aprazíveis sentimentos que a motivaram para a escrita. Assim, ela interage com as vibrações da sua sensibilidade, resgatando as suas evocações, vivendo a chama da sua descompromissada inspiração, re/criando o seu mundo particular a cada experiência vivida em suas estações de chegadas e viagens… o que lhe fez (e faz) transcender o palpável e o visível, e, desta forma, alcançar a elevação do sonho: “Quero abraçar o infinito, o afeto eterno,/ suportar o azul das águas,/ perto do ser invisível e materno/ de um Deus que protege e acalma… Quero que a poesia cristalina banhe o mar Egeu…”.
Em vários textos da sua obra, podemos sentir uma dosagem emotiva, exteriorizada com espontânea autenticidade, como por exemplo, no seu livro “Alvorecer”, no poema “Mãe” (que insculpe numa das estrofes: “Quero acordar a aurora num canto místico de amor… Beijar sua face num gesto artístico, de quem sonha na vida estar sempre presente, Mãe!”); no poema-elegia “Meu Pai” (“… Eu amava seu talento… Rodávamos bosques colhendo frutos do cerrado/ Cavalgávamos ao trote de animais…”); e no poema “Saudades”: “Saudade dentro da gente nasce/ num coração contrito de ardor./ As lágrimas rolam na face/ por saudoso e grande amor”.
Trafegando por variados tópicos, os textos de Pompéia registram objetivamente a sua instintiva necessidade de vivenciar a tessitura de seus proseados versos: exercício este que lhe faz seguir em frente, adornando as suas reflexões, balizando o pulsar do seu coração, ampliando os horizontes da felicidade e da autoestima.
Pisciana sensível, natural de Maracaju/MS, onde nasceu em 13 de março de 1927, Pompéia casou-se – em 29 de julho de 1950 – com Eurico Fernandes Pereira, sendo que deste matrimônio nasceram dois filhos: Paulo (em 1952) e Mauri (em 1956). Reside em Campo Grande desde 1970, e escreveu os seguintes livros: ‘Eliza’ (1994), ‘Meus Poemas’ (1996), ‘Lindos Olhos’ (2003), ‘Um pé de prosa em Maracaju’ (1ª ed. 2006), ‘Intuições, contos e poesias’ (2011), ‘Alvorecer’ (2016), ‘Minhas viagens pelo mundo’; e agora: ‘Um pé de prosa em Maracaju’ (2ª edição, 2022), que traz uma sábia afirmação sobre a Autora, ilustrando uma foto de família, logo no início, assim: “Como árvore em terra firme, Pompéia construiu uma vida alicerçada em pilares de trabalho e respeito ao próximo. Com seu esposo Eurico (in memoriam) formou uma família a quem lega exemplos de resiliência e carinho”. Esta edição comemorativa traz dois capítulos iniciais muito tocantes: o primeiro, intitulado: “Pompéia: Árvore em Terra Firme”, escrito pelos filhos da Autora; e o outro, “Gratidão e carinho das Noras e Netos”, contendo emocionantes depoimentos das noras Jucimara e Fátima, e dos netos Gabriel, André e Moema.
Parabéns, Pompéia! Parabéns, pela sua exemplar história de vida! Parabéns, pelos 95 anos bem vividos!
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*Rubenio Marcelo é poeta, escritor, ensaísta e compositor, membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, autor de várias obras publicadas, inclusive o livro ‘Vias do Infinito Ser’: indicado para o triênio PASSE e Vestibular 2021/2022 da UFMS.
