Câncer de intestino: saiba quais os principais sintomas

Câncer de intestino principais sintomas

Câncer de intestino principais sintomas (Foto: Divulgação)

O intestino é um órgão envolvido em diversas funções corporais que vão muito além dos processos de digestão e absorção de nutrientes. Avanços científicos recentes na área evidenciam o grande protagonismo desse órgão para o funcionamento do organismo, destacando ainda mais a necessidade de manter a saúde intestinal em dia.

Algumas doenças podem afetar a saúde do intestino, sendo uma das mais preocupantes o câncer. O câncer de intestino é responsável por cerca de 10% de todos os casos de câncer diagnosticados anualmente. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que, em 2022, foram mais de 45 mil novos casos de câncer de intestino no Brasil, o que evidencia a relevância dessa doença para a saúde da população.

O câncer de intestino é uma doença silenciosa e que não costuma apresentar sintomas em estágios iniciais. Quando há sinais, podem ser facilmente confundidos com outras doenças. É muito importante estar atento e, na presença de anormalidades na função intestinal, procurar auxílio médico.

Neste conteúdo, traremos informações muito importantes a respeito dessa doença, seus principais sintomas, causas, como é realizado o diagnóstico e como se prevenir.

O que é o câncer de intestino?

O câncer de intestino (também conhecido como câncer colorretal) é um tumor maligno que afeta o intestino grosso (cólon) e sua porção final, o reto. A maioria dos tumores colorretais são do tipo adenocarcinoma, o que significa que afetam células glandulares e tecidos epiteliais — no caso do intestino, o tecido que o reveste internamente.

É importante destacar que o câncer intestinal é uma doença tratável e com altas taxas de cura, quando diagnosticado precocemente. Caso não seja tratado ainda em estágios iniciais, pode se espalhar para outros tecidos e órgãos do corpo (geração de metástases).

O câncer colorretal pode se apresentar em três formas: bem diferenciado, moderadamente diferenciado e pouco diferenciado. O adenocarcinoma bem diferenciado é menos agressivo e possui pouca capacidade invasiva, conferindo um melhor prognóstico para o paciente. O moderadamente diferenciado apresenta uma capacidade maior de infiltração, enquanto o pouco diferenciado é o mais agressivo de todos e o que tem pior prognóstico.

Quais os principais sintomas do câncer de intestino?

Inicialmente, o câncer de intestino não apresenta sintomas característicos, podendo passar despercebido por bastante tempo. Com o avanço da doença, alguns sinais podem surgir, como sangramento retal (principalmente ao evacuar), sangue nas fezes, anemia sem causa aparente, fadiga e fraqueza.

Alterações rotineiras no hábito intestinal são sinais importantes que podem ser observados precocemente, como diarreia ou intestino preso. Vale destacar que muitos desses sintomas podem ser comuns a outras doenças, sendo necessária uma investigação mais aprofundada por um médico especialista. O sangramento retal, por exemplo, é um sintoma que pode indicar causas benignas, como a presença de hemorroidas.

Câncer de intestino dói?

Essa é uma dúvida bastante frequente na população. Assim como os outros sinais, a presença de dor, nos estágios iniciais, não costuma ser observada. A dor pode surgir à medida que o tumor cresce, destacando-se: sensações de cólicas intensas no abdômen, em casos de tumores localizados no intestino grosso; ou dor ao evacuar, se o tumor afetar a porção do reto.

É importante esclarecer que, independentemente do sintoma apresentado, deve-se procurar auxílio médico caso as queixas permaneçam ou evoluam com sinal de piora.

Quais as causas do câncer de intestino?

O câncer de intestino é uma doença considerada multifatorial, ou seja, diversos fatores podem aumentar as chances do seu desenvolvimento. A idade parece ser um deles, pois a incidência e mortalidade aumentam após os 70 anos. Contudo, não é uma regra, já que a doença também pode atingir pessoas mais jovens.

Outros fatores incluem o sobrepeso, a obesidade e suas consequências metabólicas associadas, as quais podem influenciar positivamente o aumento da incidência da doença em jovens. A genética também exerce forte influência: pesquisas indicam que entre 10 e 20% dos pacientes diagnosticados com câncer colorretal possuem histórico familiar.

A presença de doenças inflamatórias intestinais, como a Doença de Crohn, aumenta as chances de desenvolvimento de câncer colorretal, sendo necessária vigilância ativa nos pacientes.

Fatores ambientais e de estilo de vida também podem representar maior risco, principalmente o tabagismo, sedentarismo e consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e embutidos. Estudos científicos indicam, ainda, que alterações na microbiota intestinal – bactérias que habitam naturalmente o intestino – também podem influenciar para o desenvolvimento do câncer.

Como o câncer colorretal se desenvolve?

Grande parte dos casos de câncer colorretal se desenvolve a partir de pólipos intestinais do tipo adenoma. Os pólipos são alterações que podem surgir no intestino em decorrência da proliferação excessiva de células da mucosa intestinal.

A presença de pólipos não deve ser interpretada como câncer, uma vez que essas estruturas podem ser benignas. A grande questão é que as células dos pólipos estão em transição entre normais e cancerígenas, podendo evoluir, com o tempo, para a formação de um tumor maligno. Portanto, recomenda-se a retirada dos pólipos para evitar o agravamento e problemas futuros.

Como o diagnóstico é realizado?

O diagnóstico do câncer de intestino é feito inicialmente por meio de avaliação clínica, na qual são considerados parâmetros como a idade do paciente, os sintomas apresentados e os históricos clínico e familiar. Havendo a suspeita clínica, o médico solicitará exames complementares para obter o diagnóstico definitivo.

A colonoscopia é um exame de imagem utilizado para verificar a presença de lesões na parede do intestino. É um exame relativamente simples, que exige preparo prévio do paciente. Embora possa causar algum desconforto, a colonoscopia é um procedimento rápido e indolor.

Durante a colonoscopia, realiza-se a retirada de pólipos e lesões suspeitas encontradas (biópsias). Todo material retirado é enviado ao laboratório de anatomopatologia, onde o médico patologista avalia o material e pode diagnosticar a presença do câncer ou não, conforme os achados histológicos.

Existem, ainda, exames moleculares específicos, como a PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) e a Hibridização In Situ Fluorescente (FISH), os quais são importantes para a avaliação de biomarcadores específicos do câncer colorretal.

A avaliação desses biomarcadores auxilia a estabelecer o diagnóstico final, pois, a depender do tipo de biomarcador presente na amostra de tecido, é possível definir a origem e o tipo do câncer, definir qual a melhor estratégia terapêutica a ser adotada, além de prever se o prognóstico da doença será favorável ou não.

Para melhor ilustrar a importância dos exames moleculares, a presença de mutações em genes das células tumorais pode ser indicativa de uma resposta negativa a algumas terapias de escolha para tratamento. Com essas ferramentas, o médico consegue tomar decisões mais assertivas quanto à conduta terapêutica, aumentando a taxa de sobrevida e cura do paciente.

Como se prevenir do câncer de intestino?

As principais estratégias de prevenção envolvem evitar os fatores de risco modificáveis e realizar o rastreamento precoce da doença. Para isso, é muito importante manter exames e consultas médicas em dia (principalmente, após os 45 anos) e não somente procurar auxílio quando o problema surgir.

Exames de rastreio desempenham um papel fundamental na prevenção e permitem identificar e fazer a retirada de lesões em estágio inicial (como os pólipos), evitando a possibilidade do desenvolvimento de câncer. Pessoas com histórico familiar de câncer de intestino ou diagnóstico de doença inflamatória intestinal devem redobrar os cuidados e iniciar os exames de rastreio mais precocemente e com maior periodicidade.

Mantenha uma rotina de vida saudável, eliminado hábitos como o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Ter uma alimentação saudável, que inclua alimentos naturais e com fibras, também contribui para manter a saúde do intestino. Praticar exercícios físicos e manter o peso corporal dentro de parâmetros saudáveis também são diferenciais para a prevenção da doença.

Manter-se ativo fisicamente com uma rotina de atividades físicas regular leva a uma vida mais saudável e equilibrada. Se você tem interesse em saber mais sobre os benefícios dos exercícios físicos, leia o conteúdo sobre Como os exercícios físicos ajudam na sua saúde.

Referências:

Brenner, H., Chen, C. The colorectal cancer epidemic: challenges and opportunities for primary, secondary and tertiary prevention. Br J Cancer 119, 785–792 (2018). https://doi.org/10.1038/s41416-018-0264-x

Kuipers, E., Grady, W., Lieberman, D. et al. Colorectal cancer. Nat Rev Dis Primers 1, 15065 (2015). https://doi.org/10.1038/nrdp.2015.65

Mármol I, Sánchez-de-Diego C, Pradilla Dieste A, Cerrada E, Rodriguez Yoldi MJ. Colorectal Carcinoma: A General Overview and Future Perspectives in Colorectal Cancer. Int J Mol Sci. 2017 Jan 19;18(1):197. doi: 10.3390/ijms18010197.

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