Homens encapuzados armados com revólveres e facões atacaram neste sábado (24) uma escola na cidade de Kumba, no Sudoeste dos Camarões, na África, causando a morte de oito pessoas e deixando outras 12 feridas.
De acordo com informações das principais agências internacionais de notícias, o ataque aconteceu por volta das 12 horas (horário de Brasília) de hoje, na Escola Mother Francisca International Bilingual Academy, sendo que a maioria das vítimas é formada por crianças.
O escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) classificou o atentando como a “pior atrocidade” já ocorrida no país desde a retomada do ano letivo, que estava suspenso por causa da pandemia de Covid-19.
Testemunhas disseram que os criminosos chegaram a escola em motocicletas e que eles estavam utilizando roupas civis. Eles entraram no estabelecimento educacional e começaram a atacar as crianças, que em pânico, saíram correndo.
Alguns professores e funcionários tentaram proteger os alunos e também foram atacados.
Até o momento as autoridades locais não sabem informar qual grupo terrorista teria cometido o ataque e nem as motivações dos criminosos, que conseguiram fugir do local rapidamente.
Forças policiais e paramédicos foram enviados rapidamente para a escola, que foi interditada e esvaziada. A área próxima foi isolada e cercada e as pessoas foram impedidas de se aproximarem do local.
Ainda não está claro se o ataque de hoje está relacionado com uma luta contínua entre as forças policiais governamentais e grupos armados que atuam no Oeste do país, com o objetivo de formar um Estado Separatista.
O escritório OCHA, um órgão da Nações Unidas, divulgou um comunicado oficial afirmando que “pelo menos oito crianças foram mortas em consequência de tiros e ataques com facões. Outros doze ficaram feridos e foram levados para hospitais locais”.
O coordenador do OCHA, Matthias Z. Naab, expressou sua revolta com o ataque: “As crianças têm direito à educação. A violência contra escolas e crianças inocentes em idade escolar não é aceitável em nenhuma circunstância e pode constituir um crime contra a humanidade se for provada em tribunal. Peço às autoridades competentes que conduzam uma investigação completa sobre esta tragédia”.
Já o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, disse: “Não há palavras de pesar ou condenação fortes o suficiente para articular meu completo horror ao ataque brutal que atingiu crianças do ensino fundamental, matando pelo menos 6 delas e ferindo gravemente outras 13, enquanto elas aprendiam em sua sala de aula“.
O Camarões vive há vários anos em uma luta sangrenta contra insurgentes que desejam formar um Estado Separatista nas Regiões Noroeste e Sudoeste do país. Centenas de camaroneses foram expulsos de suas casas, tornando-se refugiados dentro de seu próprio país.
Com informações das Agências Reuters e France Presse