Empresa do setor da construção civil cria estratégias para se manter na Pandemia

Ana Alves, engenheira do Nosso Estúdio, conta como manteve 70% dos clientes com projetos ativos

A Pandemia do novo coronovírus tem gerado uma crise que vai além da saúde e impacta várias áreas da vida em sociedade. Com as recomendações de distanciamento para a proteção da população, o cenário econômico é um dos mais afetados. Muitas empresas enfrentaram grandes quedas no faturamento e não foi diferente com o Nosso Estúdio, empresa de São Paulo que une arquitetura e engenharia.

Construção Civil – Foto: Nosso Estúdio

No mercado desde 2011, a engenheira e responsável pelo escritório Ana Alves, teve que criar estratégias para manter seus projetos ativos. “Em março, recebemos a notícia de que 100% dos nossos clientes não dariam sequência em suas obras, pois ainda não havia protocolo definido pelo governo. Organizamos um comitê interno, que contava com um médico, um advogado, a psicóloga da empresa e a diretoria executiva e financeira”, contou a empresária.

Segundo ela, a ideia era auxiliar os clientes em todo o processo de adaptação à nova condição de trabalho, tanto na prestação de serviço como espaço físico: “Fizemos isso para que os projetos pudessem continuar a rodar sem ônus de tempo e dinheiro parado, mas, principalmente, para que nossos colaboradores se sentissem confortáveis, seguros e protegidos para executar o trabalho”.

A tarefa não foi fácil! Mas, seguindo às orientações publicadas no Diário Oficial e o alinhamento com profissionais da saúde, direito trabalhista e administração, a empresa definiu as seguintes ações: Escalonamento no horário de entrada dos colaboradores e vale quilometragem; Rodízio das equipes nas refeições; Avaliação da temperatura do colaborador na entrada da obra; Disponibilização de álcool gel nos espaços compartilhados; Reforço da equipe de limpeza nos ambientes da obra, principalmente nos espaços compartilhados (vestiário, sanitários e refeitórios); Afastamento imediato dos colaboradores com 60 anos ou mais, grávidas, diabéticos, cardíacos, imunodepressores ou que tenham doenças respiratórias preexistentes;

Acompanhamento psicológico semanal.

Com todas essas estratégias a empresa conseguiu se organizar e manter 70% dos clientes com seus projetos ativos. “As reformas de apartamento, que fazem parte dos 30% dos nossos projetos, foram interrompidas, para evitar o contato com os moradores, além da circulação nos elevadores e escadas de incêndio”, afirmou Ana.

Outras medidas tomadas, que geraram confiança para os colaboradores e clientes foi a inserção das máscaras agora como parte do uniforme, inclusive carregando o logo da empresa. Além disso, as reuniões com clientes passaram a ser só virtuais e o contato via aplicativos de comunicação ficaram mais recorrentes. “É interessante avaliar como um e-mail, uma foto e um vídeo substituíram longas reuniões presenciais, que já iniciavam desgastadas dada a logística até o local. O inimigo paulistano, o trânsito, e a agenda cliente X fornecedor, que nem sempre conciliava”, contou a empresária.

Mais do que manter ativo os contratos essa fase tem ensinado as empresas, como o Nosso Estúdio, a valorizar ainda mais a equipe. “Negócios não são feitos entre empresas, mas sim entre pessoas. Querer manter a saúde financeira da nossa organização é importante. Mas, fundamental mesmo, é preservar a vida de cada um que veste a nossa camisa”, finalizou a engenheira.

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