Medo de contaminação pelo coronavírus: queda do movimento desafia os restaurantes

Guy Peixoto Neto – Foto: Arquivo Pessoal

O isolamento social autoimposto e a liberação das empresas para que seus funcionários trabalhem em home office, a fim de minimizar o risco de contaminação pelo coronavírus (ou COVID-19) vem sendo sentido de forma negativa pelo segmento dos restaurantes. De acordo com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), o setor de alimentação fora do lar apresenta, logo após o anúncio de pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde), uma diminuição de movimento em torno de 15%. A previsão é que a queda de faturamento chegue a 30% e então se estabilize.

A Associação explica, ainda, que os lugares vazios têm sido mais sentidos pelos restaurantes de shopping centers.

Este é um grande desafio a ser superado pelos empreendedores de restaurantes. Com a mudança de comportamento, a incerteza sobre as medidas que o governo brasileiro tomará ou não, e o aumento do número de pessoas infectadas, como conseguir um resultado menos pessimista que o das previsões?

Reduzir o número de mesas e aumentar o espaço entre elas no restaurante é uma boa ideia, por distanciar os clientes e passar a eles mais segurança para frequentar o espaço. A Abrasel sugere um metro de distância entre as cadeiras ou pelo menos dois metros entre as mesas, sem considerar as cadeiras.

Outras medidas simples que podem ajudar os clientes a escolherem um restaurante, e não seu vizinho, é a oferta de álcool gel em pontos estratégicos — logo na entrada, perto do buffet de alimentos e ao lado do caixa — e a disponibilização de materiais explicativos sobre o coronavírus. Funcionários equipados com luvas e máscaras que cubram a boca, além de banheiros sempre limpos e com oferta de papel para a secagem das mãos (nada de toalha de pano neste momento), também ajudam a manter a segurança do local e a boa impressão da clientela.

Vale, também, usar a tecnologia a favor da boa reputação sanitária do restaurante. Que tal usar os stories do Instagram e posts nesta e em outras redes sociais (Facebook, Twitter, TikTok) para mostrar o funcionamento da cozinha e os momentos de limpeza do local?

E nem tudo são más notícias no mercado da alimentação: ao mesmo tempo em que o movimento presencial vem caindo, o de pedidos de entrega domiciliar tem aumentado. É o momento de investir em serviço de motoboy e também de cadastrar o estabelecimento em apps de delivery. As pessoas estão, compreensivelmente, com medo, mas ninguém vai parar de comer por causa disso.

*Sobre Guy Peixoto Neto

Guy Peixoto Neto é mentor de empreendedorismo jovem, empreendedor com experiência na criação, expansão e reestruturação de empresas. Aos 22 anos fundou a Operalog Transportes. Também é o fundador da startup Saly, plataforma de automatização dos processos de compras. Atualmente Guy está dedicando-se ao seu novo projeto, a GPX. Uma plataforma de conteúdo voltada para pessoas que querem se transformar em empreendedores ou que já são e querem continuar evoluindo.

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