O governo interino da Bolívia anunciou na manhã desta sexta-feira (24), a decisão de suspender por tempo indeterminado as relações diplomáticas com Cuba. A determinação começa a valer imediatamente e foi publicada no site oficial do Ministério de Relações Exteriores do país.
De acordo com informações das principais agências internacionais de notícias, o anúncio de suspensão das relações diplomáticas com Cuba foi feito hoje pela presidente interina, Jeanine Áñez, no Congresso Nacional Boliviano.
Segundo o comunicado boliviano, a decisão “tem origem nas recentes e inadmissíveis declarações do chanceler [cubano] Bruno Rodríguez Parrilla e a permanente hostilidade e constantes ofensas de Cuba contra o governo constitucional boliviano e seu processo democrático“.
Ainda segundo o comunicado boliviano, “o governo cubano afetou de maneira sistemática a relação bilateral baseada no respeito mútuo, os princípios de não ingerência em assuntos internos, a autodeterminação dos povos e a igualdade soberana dos Estados, apesar da disposição do governo da Bolívia de sustentar relações cordiais“, diz um trecho do comunicado.
O comunicado oficial do governo boliviano não esclarece a que “inadmissíveis declarações” se refere, mas nos dias 21 e 22 deste mês, o chanceler cubano Bruno Parrilla se referiu ao atual governo boliviano, especificamente a presidente interina Jeanine Áñez, como “golpistas”.
“Vulgares mentiras da golpista autoproclamada na Bolívia. Outra mostra de sua servilidade aos Estados Unidos. Deveria explicar ao povo que, depois do retorno a Cuba de colaboradores [médicos], devido à violência que foram submetidos, mais de 454.440 atendimentos médicos deixaram de ser feitos“, escreveu Parilla em seu Twitter.
Lembrando que em novembro de 2019, o Governo de Cuba determinou a retirada imediata de todos os seus médicos do território boliviano. Ele acusou o governo de Jeanine Áñez de assédio e maus-tratos aos profissionais cubanos.
A decisão de retirar os médicos cubanos da Bolívia foi tomada dias depois da renúncia de Evo Morales, que deixou o país depois das manifestações públicas, que exigiam a sua imediata renúncia e exílio.
Até o momento o Governo de Cuba não se manifestou oficialmente sobre o rompimento de relações diplomáticas com a Bolívia.
Com informações da Agência Associated Press