Manifestantes tentam invadir o Congresso Nacional no Chile e são impedidos pela polícia

O prédio foi fechado e esvaziado, e as atividades legislativas suspensas

Manifestantes tentaram invadir no início da tarde desta sexta-feira (25), por volta das 12h35min (horário de Brasília), o prédio do Congresso Nacional do Chile, localizado em Valparaíso, a 110 km de distância de Santiago, capital do país.

De acordo com informações das principais agências internacionais de notícias, a polícia chilena impediu a invasão e usou de violência para conter os manifestantes. Muitos foram detidos e levados para as delegacias de polícia.

Testemunhas disseram que os policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo, jatos d’água e balas de borracha para conter e dispersar os manifestantes. Alguns ficaram feridos e foram levados por amigos a hospitais da cidade.

Manifestantes tentaram invadir o Congresso Nacional no Chile nesta sexta-feira (25), mas foram impedidos pela polícia – Reuters/Juan Gonzalez/Direitos Reservados

O edifício do Congresso Nacional do Chile foi rapidamente esvaziado e todos os parlamentares e funcionários foram levados a locais seguros. O prédio foi fechado e as atividades legislativas foram suspensas.

Hoje é o oitavo dia dos violentos protestos que atingem o país. Até o momento foi registrado a morte de 19 pessoas e a prisão de outras 2.840. Além disso, 295 manifestantes ficaram feridos por armas de fogo.

A ex-presidente do Chile e atualmente alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse que pretende enviar ao país na próxima segunda-feira (28) uma missão diplomática que irá verificar a situação de perto, principalmente para acompanhar o conflito e examinar as denúncias de violações dos direitos humanos.

As manifestações começaram na semana passada, de forma pacífica, após o anúncio do aumento das passagens do metrô. A repressão por parte da polícia foi violenta e os manifestantes decidiram reagir, também de forma violenta.

Policiais chilenos usam jatos d’água para conter manifestantes, durante um protesto em Valparaíso, no Chile — Foto: Rodrigo Garrido/Reuters

Mesmo após o presidente Sebastián Piñera ter voltado atrás no aumento das passagens, os manifestantes decidiram continuar com o protesto, desta vez reclamando do alto custo de vida, dos baixos salários e aposentadorias, e da péssima qualidade do sistema de saúde e educação, que não está acessível a todos.

O Chile é internacionalmente conhecido por ter bons indicadores de governança, mas expôs suas debilidades devido à má gestão dos governantes e por ter uma grande desigualdade social.

Para tentar acalmar os ânimos e evitar novos protestos, o presidente Sebastián Piñera anunciou um novo pacote de medidas, mas os protestos continuam em todo o país.

A população como um todo argumenta que nenhuma dessas medidas terá aplicação imediata, porque elas ainda precisam ser analisas e aprovadas pelo Congresso.

Com informações das Agências France Presse e Reuters

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