Cuidados necessários após o primeiro infarto

Estresse, depressão e falta de sono são fatores de risco que acometem pacientes e podem levar a um segundo acidente cardiológico.

São Paulo (SP) – Após sofrer um infarto o paciente deve redobrar os cuidados com a saúde ao retomar as atividades e também promover uma mudança de vida. É necessário repensar hábitos, combater o sedentarismo e a obesidade e acompanhar muito cuidadosamente os níveis de pressão arterial, glicemia e colesterol. O cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo André Gasparoto afirma que é possível ter uma vida saudável após um infarto, mas com uma série de cuidados. Confira abaixo informações importantes para quem passou por essa condição:

Acompanhamento médico regular: se o paciente não contava com isso até o momento do primeiro infarto, é crucial ter acompanhamento médico depois. “Obviamente que os demais fatores de risco também devem ser combatidos, especialmente o colesterol alto, diabetes, pressão alta e o sedentarismo”, lembra o médico.

Terapia multidisciplinar: a reabilitação do paciente acometido por infarto deve ser multidisciplinar. “O cuidado após o evento não se faz apenas com consultas médicas e uso de medicamentos contínuos. Devemos indicar terapias e atividades físicas prazerosas, que fazem bem não apenas ao corpo, mas também à mente”, conta o cardiologista.

Tabagismo: ao parar de fumar as chances de um segundo infarto se reduzem a quase 50% em 5 anos, segundo uma pesquisa alemã feita durante dez anos com nove mil pessoas, entre 50 e 74 anos. “O infarto pode ou não deixar sequelas, sendo que o maior limitador é a extensão do acidente cardiovascular e, com isso, os sintomas relacionados à insuficiência cardíaca como falta de ar e inchaço nas pernas. Porém, o fator de risco com maior impacto a médio prazo é tabagismo”, completa o médico.

Mais cuidado aos 50 anos: os infartos são mais comuns após os 50 anos, mas os mais jovens não estão isentos. “Os principais motivos, além da questão genética, são o uso de drogas lícitas – como o cigarro – e ilícitas. Outros fatores também são muito relevantes: obesidade, falta de exercícios físicos e excesso de trabalho contribuem fundamentalmente para aumentar estes números”, reforça o cardiologista.

Dê tempo ao tempo: a reabilitação após um infarto varia de pessoa para pessoa, justamente por questões como sequelas no coração, doenças pré-existentes, preparo físico do paciente antes do acidente e a idade. “A grande maioria consegue uma boa recuperação, quando acompanhados por especialistas, em 30 dias”.

Qualidade do sono e exercícios físicos: assim como o estresse e a depressão, a falta de sono ou um sono sem qualidade também fazem parte da lista de fatores de risco para um segundo infarto. Por isso, é necessário dormir bem e ter apoio psicológico, caso necessário. “É importante que a pessoa faça exercícios supervisionados porque isso também melhora a função cardíaca”, reforça o médico.

A maioria dos pacientes que tiveram infarto deve realizar um cateterismo para saber se existem outras obstruções nas coronárias e, assim, decidir a melhor linha de tratamento. “Pode ser necessário apenas um tratamento clínico como uma angioplastia ou até mesmo uma cirurgia cardíaca. Uma minoria precisará de transplante cardíaco, mas quanto mais infartos a pessoa tiver, maiores são as chances”, finaliza o especialista.

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