Scheidt inicia luta pela classificação para sua sétima olimpíada

Para ser o representante do Brasil nos Jogos de Tóquio/2020, bicampeão olímpico precisa estar no top 18 do Campeonato Mundial da Classe Laser, em Sakaiminato, no Japão, além de ser o brasileiro mais bem colocado na competição

São Paulo (SP) – Robert Scheidt inicia nesta quinta-feira (4), a luta para disputar sua sétima olimpíada, com o início das regatas do Campeonato Mundial da Classe Laser. A competição começa às 11h, em Sakaiminato, no Japão, mas, com o fuso horário, a torcida verde-amarela precisa ficar ligada a partir das 23h desta quarta-feira (3). Para garantir o direito de ser o representante do Brasil nos Jogos de Tóquio, em 2020, o bicampeão olímpico precisará ser o velejador brasileiro mais bem colocado entre os quatro que estão na disputa, desde que esteja dentro do top 18 da classificação geral.

“Estou bastante animado. Vai ser uma competição dura e longa, com 160 velejadores representando 58 países. Tem muita coisa em jogo e o importante é evitar erros grandes no início e construir uma boa média de resultados nos três primeiros dias, período da fase classificatória. Essa estratégia é muito importante para, além de garantir a classificação para a flotilha ouro, não levar o peso de regatas muito ruins para a fase final e poder guardar o descarte para a etapa mais difícil”, explica Robert, que é patrocinado por Banco do Brasil e Rolex e conta com o apoio do COB e CBVela.

O bicampeão olímpico Robert Scheidt (Divulgação)

Scheidt está no Japão desde o dia 25 de junho com o objetivo de fazer uma boa aclimatação no País asiático. “Treinei bem, velejando seis dias. O vento sempre esteve entre fraco e médio, bastante terral e bem rondando. O lugar também é bastante úmido e sentimos um pouco a alimentação. Aqui se come muito peixe e frutos do mar, mas encontramos um local para comer carne. Mas, está tudo bem, o importante é que o barco está veloz. Gostei do equipamento fornecido e agora é manter a tranquilidade, velejar o que sei e dar o meu melhor”, completa o maior medalhista olímpico do Brasil, com cinco pódios.

De acordo com o critério estabelecido pelo Conselho Técnico da Vela (CTV) e ratificado pela Confederação Brasileira de Vela (CBVela), a definição do representante nacional na classe Laser é uma disputa direta, com linha de corte definida. Ou seja, para se classificar, o velejador deve ser o mais bem colocado neste Mundial, contanto que esteja dentro do top 18 da competição. Contudo, o passaporte ainda não estará carimbado. Ele só perderá essa possível vaga se outro atleta do Brasil for medalhista no Evento-Teste de Enoshima/2019 ou subir ao pódio no Mundial da Laser em 2020.

O bicampeão olímpico vai em busca da sexta medalha, a quarta na Classe Laser, na qual acumula os ouros em Atlanta/1996 e Atenas/2004 e uma prata (Sidney/2000). Se conseguir a classificação, Scheidt será o recordista brasileiro em participações em Olimpíadas, com sete no currículo. Além de Robert, o Brasil terá mais três velejadores na disputa do Campeonato Mundial da Classe Laser. Bruno Fontes, João Pedro Souto de Oliveira e Philipp Grochtmann estão na briga com o bicampeão olímpico da classe Laser.

Ritmo campeão – Scheidt chega para o Mundial embalado pelo título europeu da classe Star. “Apesar de ser outra categoria, é sempre bom voltar a vencer uma competição grande e de alto nível. Isso me motiva bastante. Foi uma emoção grande”, conta Robert, que formou dupla com Henry Boenning, o Maguila, no campeonato disputado no Lago Di Garda, na Itália, onde mora com a família e de onde embarcou diretamente para o Japão.

O Campeonato Mundial será a terceira grande competição de Scheidt em seu retorno à classe Laser. Entre o final de março e início de maio, disputou o Troféu Princesa Sofia e a Semana de Vela de Hyères. O brasileiro tem apresentado evolução constante na classe Laser. Em ambas as disputas, ficou a apenas uma posição da medal race. “Tenho trabalhado muito para melhorar a velejada e tenho conseguido evoluir em vários aspectos. As largadas, por exemplo, são um ponto muito importante”, explica.

Maior atleta olímpico brasileiro

Cinco medalhas:

Ouro: Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na Classe Laser)

Prata: Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)

Bronze: Londres/2012 (Star)

181 títulos – 89 internacionais e 92 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames e, neste domingo, o Europeu de Star.

Laser
– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013

*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt

– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star
– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*

*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe

– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

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