Mães que transformam sofrimento em oração

Ângela Abdo – Crédito: Paula Dizaró/Canção Nova

O Movimento Mães que Oram pelos Filhos tem vivenciado o que a bíblia nos ensina, que uma mulher pode edificar sua casa. Muitas mães têm feito isso debaixo de lágrimas, enfrentando dores no silêncio e na oração. Pois, no mundo de hoje, o que mais elas recebem são notícias ruins.

Muitas estão com uma espada atravessada no peito, sem saberem como estão os filhos num mundo secularizado, com valores contrários à fé cristã. Observam os casamentos dos filhos se desmoronando por excesso de individualismo, e a vida sexual dos seus adolescentes sendo desvirtuada por uma cultura promíscua.

Assim como Maria recebeu a profecia de Simeão, essas mães recebem notícias de que seu filho foi preso por droga, tráfico, roubo, assassinato entre outros delitos ou crimes. Uma mãe me mostrou o que é amar, quando contou que todo domingo levanta de madrugada, faz comida fresca, pega o ônibus e vai visitar seu filho na prisão, sem esquecer de rezar dia e noite pela sua conversão, na certeza de que Deus pode tudo. Elas reconhecem que esses filhos foram seduzidos pela ganância, falta de emprego e de condições para sustentarem a família, ou, até mesmo, pelas promessas de dinheiro fácil.

Lemos na Bíblia que Maria perdeu e encontrou Jesus no templo. Na caminhada de uma família, quantas mães vivem a perda dos filhos para o mundo, sem saber onde eles estão. Imaginem a dor de uma mãe cujo filho foi sequestrado. Elas relatam que quando chove e faz frio a primeira preocupação é se estão protegidos do mau tempo, dentre muitos outros pensamentos que vêm à cabeça sobre as condições de alimentação, maltrato, abuso sexual.

Como Maria, muitas mães vivenciam um verdadeiro calvário, numa dor silenciosa diante da recusa do filho em seguir um caminho reto, de não querer estudar, até se enveredar por caminhos da ilegalidade. Quantas mães recebem seus filhos sujos, amarrotados pela vida. Outras vivenciam na beira de um leito, o corpo do filho sendo tomado pela doença física, mas permanecem firmes, com sorriso no rosto, mesmo tendo que chorar às escondidas no banheiro. Além das lágrimas, o coração e a mente se angustiam, tentando entender o porquê daquela doença.

Ao depositar o corpo de Jesus no túmulo, Maria vive um momento de impotência genuína. Temos visto esse sentimento em mães que sofrem pelas escolhas erradas feitas por seus filhos e que trarão muitas dores àqueles a quem elas amam tanto.

Muitas famílias assoladas pelas separações, vivem a desestruturação emocional dos filhos, sendo cada dia mais comum as depressões e tentativas de suicídios. Entretanto, isso também ocorre em famílias estruturadas, mas desprovidas de fé, onde o materialismo impera. Diante das dificuldades da vida, os filhos não possuem valores firmes para se segurarem.

Há muitas histórias reais que retratam essas e tantas outras dores. Mas a diferença é que acreditamos na ressurreição dos nossos filhos, pela mudança pessoal e pelo poder da oração. Mesmo na dor, podemos sentir a mão de Deus sobre nós, e isso faz diferença na hora de enfrentarmos os sofrimentos.  Que possamos nos espelhar nas mulheres da Bíblia e buscar a verdadeira sabedoria para conduzir nossa casa nos momentos de alegria e também de sofrimento.

*Ângela Abdo é a fundadora e coordenadora nacional do Movimento “Mães que oram pelos filhos” e assessora no Estudo das Diretrizes para a Renovação Carismática Católica (RCC) no Brasil. É articulista do canal “Formação” do Portal Canção Nova (formacao.cancaonova.com) e autora de livros pela Editora Canção Nova.

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