Especialista explica as consequências do fechamento da fábrica da Ford de São Bernardo do Campo

Busca de produção das autopeças, mudanças nas concessionárias e disputa de mercado, são os principais impactos após o comunicado oficial do encerramento das atividades no ABC

Fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP) – Foto: Divulgação

O anúncio do fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo agitou não só os noticiários, mas também todo o setor automotivo. Muito conceituada no mercado, a empresa que já foi por 12 anos consecutivos líder na venda de caminhões, traz consequências enormes para os funcionários, fornecedores, revendedores e clientes.

Nos últimos anos, a empresa apresentou volumes consideráveis nas vendas de caminhões, ficando sempre na 3ª ou 4ª posição entre os fabricantes. No ano passado, segundo dados da Anfavea, foram comercializados pela marca 9.314 caminhões, o que lhe rendeu uma participação de 12,3% no mercado.

“Se considerarmos somente o segmento de caminhões, de maior representatividade para a Ford, notamos que o market share da marca em 2018 foi de 22,1%. Ou seja, é uma fatia importante do mercado (quase ¼) que será disputada por outros players, e que neste momento estão tentando aumentar a capacidade produtiva para atender o aumento na demanda de caminhões”, explica Ronaldo Lima, consultor de mercado na Carcon Automotive.

Em 2018, o mercado de caminhões cresceu 46% em relação ao ano anterior e com a elevação no prazo de entrega dos veículos aos clientes, o setor vive um momento aquecido e otimista, o que faz a notícia ter uma proporção muito maior.

Além disso, o especialista ainda ressalta que “atualmente a rede focada em caminhões, conta com aproximadamente 130 distribuidores espalhados pelo Brasil, que serão fortemente impactados pelo encerramento da atividade de vendas de veículos novos, mas que continuarão comercializando peças e prestando serviços de pós-venda para os caminhões Ford que estão em circulação pelo País”.

“Para a rede de fornecedores, o impacto será a busca no preenchimento de sua produção com a substituição das peças, anteriormente entregues para a Ford, para as demais montadoras, o que não é uma tarefa fácil, pois nem sempre isso é possível”, finaliza o Ronaldo.

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