Suspensão da concessão das ferrovias da Vale alerta para risco de investimentos futuros

Benefício oferecido à companhia pelo governo para a antecipação da renovação da concessão mostra que não há regras claras para o setor, o que representa grande perigo para os cofres públicos

Foto: Divulgação

“A tragédia de Brumadinho trouxe à tona diversos problemas ligados à infraestrutura. Em especial na concessão de ferrovias, ficou nítido com as ações do governo que o Brasil não possui um projeto nacional para o transporte ferroviário. Poderemos perder bilhões em investimento se não definirmos regras claras na concessão das ferrovias à iniciativa privada.”

O alerta é do presidente da FerroFrente (Frente Nacional pela volta das Ferrovias), José Manoel Ferreira Gonçalves. Sua opinião leva em consideração a notícia de que o governo federal, por meio do ministério da Infraestrutura, pretende alterar o edital para as concessões das ferrovias EFVM (Vitória-Minas) e da EFC (Carajás), hoje operadas pela Vale, empresa responsável pela barragem que se rompeu na cidade mineira.

De acordo com especialistas, as mudanças podem representar abrir mão de R$ 51 bilhões de investimento.

“A renovação antecipada das concessões dessas e de outras ferrovias, sem a discussão de valores de outorga justos e de investimentos adequados à necessidade de o país ter de fato ferrovias que contribuam para minimizar nossa dependência econômica das rodovias, é nociva para o Brasil, e só atenderá a interesses de um monopólio representado pelas atuais concessionárias”, conclui José Manoel, da FerroFrente.

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