COUROMODA 2019: Balanço positivo e otimismo para o setor

Evento encerra a 46ª edição com aumento no número de visitações e de novos negócios, com destaque para novos compradores internacionais.

São Paulo (SP) – A COUROMODA, feira de calçados e artigos de couro mais importante da América Latina, termina sua 46ª edição em clima de otimismo com relação ao mercado, motivado pelos sinais de recuperação da economia e expectativa positiva para os próximos anos. Integrada 100% à COUROMODA, aconteceu também a 9ª São Paulo Prêt-à-Porter – Feira Internacional de Negócios para Indústria de Moda, Confecções e Acessórios, destinada às indústrias de vestuário e acessórios de moda de pequeno e médio porte.

Couromoda 2018 – Foto: Fabio Mendes

Realizadas de 14 a 17 de janeiro, ambas receberam mais de 31 mil visitas nos pavilhões do Expo Center Norte – um aumento de aproximadamente 5% nos acessos – entre elas, mais de mil compradores internacionais, chegando a um total de mais de 7.300 razões sociais registradas. “O crescimento ficou dentro do que prevíamos, mas, mais importante que o número foi a qualidade dos profissionais que circularam no evento, com disposição para comprar e foco na realização de negócios. Terminamos a feira com a esperança renovada”, celebra Jeferson Santos, diretor geral da COUROMODA.

Segundo Francisco Santos, fundador e presidente da COUROMODA, a expectativa para o próximo ano é de um incremento superior a 15% nas áreas destinadas aos expositores, motivada pela retomada do crescimento e pela recuperação das exportações, inclusive com o retorno de marcas que há algum tempo não participavam do evento. “Renovamos nosso sentimento de confiança na economia e acreditamos que o Brasil vai entrar no caminho do crescimento”, argumenta. A edição 2020 já tem data marcada e será realizada de 13 a 16 de janeiro.

Com o maior Índice de Confiança do Empresário Industrial nos últimos oito anos, atingindo 63,2 pontos em novembro e o crescimento do PIB, que no último trimestre chegou a 1,7% no comparativo com o mesmo período do ano passado, o setor se mostra otimista também com olhar internacional para os produtos nacionais e com a previsão de incremento nas vendas do varejo local de mais 3% em 2019 (segundo dados da ABLAC), tendo como base o aumento da relevância das lojas no mercado em 2018 e as medidas que o novo governo federal deverá adotar para o reaquecimento da economia.

Otimismo do mercado

Os expositores revelaram que a feira injetou expectativas positivas para o setor. Segundo Charles Werbnte, do comercial da Bottero, a empresa teve um bom volume de negócios, 10% melhor que nas edições anteriores. Já Daniel Soares, da BLT Shoes, afirma que a empresa teve um bom feedback dos produtos por parte dos clientes, especialmente das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Retomada da exportação

Apesar da queda de 10,8% em volume de exportações e de 10,5% em valores no comparativo com 2017, a Abicalçados inicia 2019 com otimismo na indústria e de olho no crescimento. Para Heitor Klein, presidente-executivo da Abicalçados, o ano abre com um ambiente mais seguro para os agentes de exportação. “Assim, devemos obter incrementos”, projeta, ressaltando que existem boas expectativas de recuperação.

O gerente comercial da Ortopé, Silton Freire, já viu resultados positivos na COUROMODA 2019 e afirma que a empresa está satisfeita: “A visitação internacional foi boa, demonstrando que o Brasil continua atrativo. Concretizamos muitos negócios com clientes da América Latina”. Já a designer da Byara, Eduarda Freire, contou que seus sapatos femininos também atraíram a atenção de varejistas internacionais. “Vendemos bem para compradores do Equador, Peru e Paraguai”, disse.

A empresa de calçados Beira Rio, por exemplo, vendeu 50 mil pares para duas empresas árabes durante a feira calçadista e de acessórios. Segundo o especialista em vendas externas da companhia, Fabio de Oliveira, cerca de 13% do total exportado entre as sete marcas da companhia vão para o mundo árabe, como Marrocos, Argélia, Sudão, Tunísia, Líbia, Iêmen, Iraque, Kuwait, Emirados, Catar e Omã. A Beira Rio produz 110 milhões de pares por ano, segundo dados de 2018 informados por Oliveira. Deste montante, cerca de 15% é vendido para o mercado externo.

Em 2018, a principal origem do calçado exportado foi o Rio Grande do Sul. Das fábricas gaúchas saíram 27,18 milhões de pares que geraram US$ 428 milhões, quedas de 3,4% em volume e de 5,2% em receita no comparativo com 2017. O segundo exportador foi o Ceará, de onde partiram 40,9 milhões de pares por US$ 248,8 milhões, quedas de 18% em pares e de 14% em receita ante 2017. O terceiro exportador foi São Paulo, de onde foram embarcados 7 milhões de pares que geraram US$ 103,7 milhões, quedas tanto em volume (-4,1%) como em receita (-8,6%) em relação ao ano anterior.

No total, foram mais de mais de 1.000 compradores internacionais, de 60 países da América Latina, Estados Unidos, Europa e Oriente Médio.

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