Padrões, escolhas, tendências e a anti-cor do ano

Wendell Toledo – Foto: Divulgação

Até que ponto as nossas escolhas são baseadas em tendências predefinidas? Será que tendência é algo dito por alguém ou instituição, ou uma compilação instintiva do que, de fato, tem acontecido em termos estéticos no mundo?

No final do ano passado, a Pantone, empresa fundada em 1962 e mundialmente conhecida pelo seu sistema de cores amplamente utilizado na indústria gráfica, divulgou a cor que, segunda ela, será tendência para 2019. A empresa fez uma série de pesquisas para entender as emoções culturais do período em questão e, para esse ano, escolheu a “Living Coral” como o tom mestre do catálogo, que terá uma linha de tons similares ou complementares. A escolha se deu, pois, o tom tem um caráter energizante, sociável e espirituoso.

Já faz algum tempo que comecei a questionar até onde as nossas escolhas são nossas de fato. Trabalhando diariamente com arte, criação, marketing e dados, percebo que esse mercado em específico possui como dois de seus pilares a criatividade e o comportamento do usuário. Unindo esses pontos e curioso pela resposta, desenvolvi na Artluv, art-tech que conecta artistas aos amantes de arte, um estudo para descobrir a “Anti-cor do ano”. Obviamente, este contraponto não tem o objetivo de questionar o trabalho sério de uma instituição competente e legítima como a Pantone, mas, sim, propor uma reflexão sobre o quanto as tendências interferem em nossas escolhas.

Utilizando a teoria de cores contrárias, chegamos a uma cor que mescla ciano (C) e verde (G), quando se fala de escala de impressão; e verde (G) e azul (B), quando se fala de escalas para telas ou meios digitais. O resultado foi um tom puxado para o turquesa, o mesmo utilizado pela própria Pantone como pano de fundo na divulgação da “Living Coral” (imagem abaixo).

Cor turquesa da Living Coral – Foto: Divulgação

A partir da próxima semana, entra no ar o novo layout do site da Artluv. Nós seguimos justamente o conceito de que é possível se inspirar no que vem de fora, mas as nossas escolhas devem se basear no que vem de dentro. Em 2018, utilizamos como base a Ultra Violet, eleita pela empresa americana como a cor do ano. Já para 2019, trabalharemos com a “anti-cor” em conjunto com a escolhida pela Pantone. Somos livres para criar, propor o oposto, ousar e arriscar romper os padrões.

Obra Coexistência do artista plástico Bruno Portella – Foto: Divulgação

Obra: Coexistência
Artista: Bruno Portella

*Wendell Toledo (CEO da Artluv)

Fundador da Artluv, plataforma que conecta artistas a clientes, Wendell Toledo é um empreendedor por natureza. Iniciou a sua carreira no mundo da arte aos 15 anos, desenhando storyboard para um filme do Mojica. CEO da Blachere Iluminação Brasil, Toledo é formado em desenho industrial pela ESPM e Administração Financeira pela FGV, além de ter cursos pelo ITS Rio, Massachusetts Institute of Technology e pela Harvard Business School.

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