Atleta trans Priscila Reis fala sobre polêmica na Copa Carioca de Fisiculturismo

A atleta Priscila Reis fala sobre sua participação na Copa Carioca de Fisiculturismo e desmente rumores de que tenha sido vítima de preconceito por ser uma mulher transgênero.

Atleta trans Priscila Reis – Foto: C2 studio / MF Press Global

Neste sábado aconteceu mais uma edição da Copa Carioca de Fisiculturismo. O evento foi realizado pela IFBB Rio no Centro de Convenções Sulamérica, no Rio de Janeiro. Atletas das mais diversas categorias em busca do sonho de ser campeão.

Dentre as competidoras da categoria wellness, uma chamou atenção de forma diferenciada: a atleta Priscila Reis é transsexual, e compete com mulheres cis gênero (mulheres que identificam-se com o gênero de nascença), na categoria acima de 1,68m. Priscila, que foi vice campeã do Mister Saquarema, conquistou o quarto lugar na Copa Carioca de Fisiculturismo.

Apesar de não ter sido a campeã, não irei desistir de continuar disputando outros campeonatos. Vai ter trans disputando com mulher cis gênero sim. Eu me sinto vitoriosa só de quebrar esse tabu, de mostrar pra minha classe que podemos ser nossas próprias inspirações. Estou feliz em fazer o que gosto”, afirma Priscila.

Após a divulgação dos resultados, houve especulação nas redes sociais de que a atleta poderia não ter conquistado o primeiro lugar por discriminação, pelo fato de ser trans. Priscila nega que tenha sofrido preconceito e fala sobre seu desempenho na competição: “Não sou uma vitimista. Não gosto de criar desculpas para as coisas que acontecem. Não posso afirmar que não ganhei por ser a única trans no meio das mulheres. É uma acusação séria, e eu teria que ter provas para alegar isso. Eu acredito que não ganhei porque os juízes escolheram a que mais se adequava nos quesitos estabelecidos por eles, não por preconceito. Sou novata em competições de fisiculturismo e ainda não estou tão conhecida, não sei. Mas fico feliz por ter participado e representado minha classe”.

Sobre a vencedora, Priscila diz que a vitória foi merecida e as lições aprendidas com a participação na competição: “A questão de eu falar que fui prejudicada pelos árbitros por ser transexual não procede. Pelo menos eu, de verdade, espero que não seja real. Na minha opinião, acho que a Yara Silva mereceu a vitória. Eu a admiro. Ela só esse ano competiu nove vezes, tem anos de palco e experiência. Este é apenas o meu segundo campeonato. De qualquer modo, ainda me sinto feliz por ter competido. Tive apoio da minha família e amigos, minha mãe esteve presente comigo no campeonato, e me sinto uma vencedora, mesmo sem o título”.

Priscila afirma que está com outros planos e metas para o ano que vem após a competição: “É agora me preparei melhor pro ano de 2019, onde estarei analisando quais campeonatos irei participar. Agora quero focar no carnaval”, conclui.

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