Quatro trâmites burocráticos que as pessoas enfrentam em algum momento da vida

Na era da conectividade, queremos resolver os problemas rapidamente e, se possível, com poucos cliques. Contudo, na vida real, nem sempre é assim que funciona. Há situações em que os cidadãos precisam encarar uma série de processos, com idas e vindas de papéis e documentos, e que chegam a levar meses e até anos para sua resolução. É a conhecida burocracia, praticamente um sinônimo para ineficiência. Pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que 84% dos brasileiros consideram o país burocrático e 75% acreditam que o excesso de burocracia é estímulo à corrupção. Em nossa rotina, somos confrontadas com esses trâmites várias vezes. Confira quatro situações práticas:

Casamentos: o grande momento da vida das pessoas também precisa sobreviver à burocracia. Para oficializar a união civil, os noivos devem levar vários documentos ao cartório, fazer o pedido de habilitação (ou seja, informar a vontade de casar), aguardar 15 dias da publicação do edital, fazer o agendamento das datas e, por fim, comparecer à união com duas testemunhas. Sem falar, evidentemente, no pagamento das taxas, que costumam ficar mais caras quando o casal resolve fazer a cerimônia em um espaço diferente do cartório.

Divórcios: nem todos os casamentos são para sempre e os pedidos de divórcio vêm crescendo nas últimas décadas – e, como os casamentos, envolvem um longo processo burocrático. Quando o casal decide que não dá mais para levar a vida a dois adiante, é preciso entrar com um pedido de divórcio no cartório, novamente com vários documentos em mãos, como certidão de casamento, RG, CPF, comprovantes de bens, etc. Se a relação não tiver gerado filhos e a separação for amigável, tudo fica pronto no mesmo dia. Caso contrário, a disputa pela guarda da criança pode fazer a situação se estender por anos.

Abertura de empresa: o empreendedorismo se tornou uma opção viável para grande parte das pessoas, mas abrir uma microempresa no Brasil testa a paciência dos interessados. De um modo simples, o cidadão precisa registrar o negócio na Junta Comercial do seu estado ou no Cartório de Registro de Pessoa Jurídica com o Contrato Social (que traz o interesse e objetivo da empresa). Depois dessa etapa, é necessário obter o CNPJ no site da Receita Federal. Ele ainda precisa obter a Inscrição Estadual na Secretaria da Fazenda (se vender mercadorias ou produzir bens) e o Registro Municipal (se for prestador de serviço). Por fim, antes de começar a funcionar, é obrigatório que a nova empresa tenha Alvará de Funcionamento, emitido pela Prefeitura, e do Corpo de Bombeiros, e fazer a inscrição na Previdência Social.

Luto: até mesmo na morte de um ente querido, é preciso lidar com uma série de questionamentos burocráticos. O primeiro passo é obter a declaração de óbito, que depende das circunstâncias e o local da morte (em casa ou via pública, por causas naturais ou violentas). Depois, é preciso decidir sobre a doação, ou não, de órgãos. Em seguida, é necessário contatar a funerária para realizar o velório e saber quais serviços serão inclusos no enterro (ou cremação). Se a família tiver um jazigo próprio, é necessário mostrar a guia de sepultamento. No caso de cremação, o processo é complexo, pois a pessoa precisa deixar expressa essa vontade, ainda em vida, no cartório. Cinco dias depois da cerimônia, deve-se voltar ao cartório para retirar a Certidão de Óbito. Por fim, deve ser iniciado o processo de inventário para a partilha de bens.

*João Paulo Magalhães é Diretor Comercial do Cemitério Colina dos Ipês, localizado na cidade de Suzano (SP).

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