Boa Compra de Usado – Renault Sandero Stepway 1.6 Manual 2014

Hatch aventureiro compacto oferece bom espaço interno, custos acessíveis e não desagrada em consumo

A despeito da onda de crossovers, o mercado dos hatches compactos aventureiros não dá mostras de arrefecimento, como bem prova o lançamento do Ford Ka Freestyle. Há cerca de 10 anos no subsegmento, o Renault Sandero Stepway entrou em sua segunda geração em 2014 e pode ser encontrado com facilidade por preços entre R$ 34 mil e R$ 40 mil. Um Renault Kwid Intense top de linha está saindo por R$ 41.990, será que o veterano é uma melhor compra? Saiba como ele se saiu no ponto a ponto.

Desempenho e consumo

O Sandero Stepway 2014 ainda não conta com o novo motor 1.6 SCe de 118 cv e 16 kgfm, mas não chega a fazer feio com o veterano 1.6 8V de 106/98 cv cv a 5.250 rpm e 15,5/14,5 kgfm a 2.850 rpm, respectivamente com etanol e gasolina. Aqui vale a primeira ressalva: fique com o carro equipado com a caixa manual de cinco velocidades, pois a versão Easy-R automotizada tem câmbio com acionamento por atuadores elétricos e reações muito lentas (saiba mais na matéria sobre automatizados).

Se não tem aquela força toda a médios e altos regimes do 1.6 mais recente, o antigo propulsor oferece um bom consumo com etanol. O bom torque em baixa ajuda a tocar os mais de 1.120 kg do aventureiro com alguma agilidade no trânsito, mas não consegue imprimir pressa. A arrancada de zero a 100 km/h é cumprida em 13 segundos e a retomada de 60 a 100 km/h leva 11 segundas, no que não ajudaram os 62 kg a mais de peso em relação a um Sandero “civil”.

Nos demais testes, o Stepway também poderia ter se saído um pouco melhor em frenagem. O conjunto de discos ventilados à frente e tambores atrás com ABS e distribuidor eletrônico de força de frenagem consegue estancar o hatchback de 80 até a imobilidade em 27,9 metros.

Como o Sandero Stepway não exige que você acelere muito para acompanhar o trânsito na cidade ou na estrada, uma vantagem dos propulsores de comando simples com apenas duas válvulas por cilindro, o 1.6 8V permite rodar com baixa carga e obter médias entre 10,5 km/l de etanol e 11 km/l.

Há alguns pontos que deveriam ser melhorados. Sem ajuste de distância do volante ou um banco ergonômico, você sempre tem a impressão de estar forçando um pouco alguma parte do corpo para acionar os pedais ou até jogar uma quinta marcha. A direção hidráulica pesada nas manobras também não ajuda, uma sensação prejudicada pelos pneus mais largos do Stepway (205/55 R16). Da mesma maneira, o câmbio poderia ter engates mais precisos e macios, a alavanca longa exige um pouco de decisão no manuseio.

De acordo com a Renault, a suspensão do Stepway é 4 centímetros mais alta, o que amplia a altura de rodagem a 19 centímetros. O preço da altura de rodagem maior vem na hora das curvas e da absorção de impactos. Mesmo com pneus mais largos, o compacto teve a suspensão recalibrada para não inclinar muito nas curvas e ficou mais durinho do que o Sandero convencional, um modelo que costuma ter um compromisso bem melhor de estabilidade e conforto de rodagem.

Afora a distância mais elevada do solo, o Sandero não adota nenhum sistema eletrônico de condução offroad (exemplo do bloqueio de diferencial ou ABS offroad), tampouco possui pneus de uso misto.

Custo-benefício e itens de série

É no espaço interno que o Sandero se destaca. Com 4,06 metros de comprimento e 2,59 metros de entre-eixos, o Renault abriga bem cinco passageiros adultos e suas bagagens. Capaz de engolir bons 342 litros, o porta-malas ainda pode ser expandido pelo banco traseiro bipartido.

Além de espaçosa, a cabine possui um recheio decente para o preço. Há ar-condicionado com controle automático, direção hidráulica, vidros, retrovisores e travas elétricos, controle de velocidade de cruzeiro, central multimídia de sete polegadas sensível ao toque e sensor de estacionamento traseiro. Câmera de ré também é um item comum.

O grande senão em termos de equipamentos vai para a segurança. Tanto o Sandero quanto o Logan foram testados novamente pelo LatinNCAP e receberam somente uma estrela para adultos e três para crianças. O desempenho deve melhorar apenas no facelift de 2019, que vai chegar vir com reforços estruturais, mais airbags e ESP para toda a gama. Será uma maneira de aproximar a performance do Sandero da obtida pelo mais barato Kwid.

Afora isso, o Stepway 2014 ainda não contava com os controles eletrônico de estabilidade e de tração. Eles foram introduzidos na ocasião do lançamento do novo motor 1.6 SCe e apenas para os carros equipados com o descontinuado câmbio automatizado Easy-R — além de estarem disponíveis para o esportivo RS 2.0. Da mesma maneira, o modelo também deve cinto de três pontos para todos os passageiros de trás.

Seguro, peças e desvalorização

Cotado a R$ 2.704, o valor do seguro é um pouco desproporcional ao preço médio do Sandero, então vale a pena cotar bem o seu perfil. Para compensar, o pacote de peças é relativamente acessível para a média do segmento e sai por R$ 3.746. A alta procura do Stepway ajuda ele a desvalorizar pouco. Segundo a Fipe, foram apenas 7,8% de desvalorização.

Perfil do seguro: cotações foram feitas pela Limiar Seguros (11 2506-9242) com base no perfil de um homem de 40 anos, casado, morador da zona Sul de SP, sem bônus e c/ franquia reduzida.

Cesta de peças: Retrovisor direito, farol direito, para-choque dianteiro, lanterna traseira direita, filtro do ar-condicionado (elemento), filtro de ar do motor (elemento), jogo de quatro amortecedores, pastilhas de freio dianteiras, filtro de óleo do motor e filtro de combustível.

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