VideoSonic aposta na mistura de música e projeções como diferencial em shows

Banda utiliza imagens durante suas apresentações e já tocou ao lado de Liniker e os Caramelows e Baiana System

VideoSonic – Foto: Divulgação

Na metade de 2016 Gilfranco Alves, Rafael Mareco e Tom Trujillo se juntaram com a ideia de improvisar projeções durante shows para aumentar a interatividade com o público. Com o passar do tempo, eles sentiram necessidade de criar um som para suas projeções e foi aí que surgiu o VideoSonic.

Gil assumiu a bateria, Mareco o baixo e Tom a guitarra. A primeira apresentação já aconteceu em grande estilo. Sem muita pretensão eles escreveram um projeto para o edital de convocação de bandas do festival Contato em São Carlos/SP. Para surpresa dos três foram chamados e no show de estreia tocaram no mesmo evento junto com grandes nomes da música nacional, como Liniker e os Caramelows e Baiana System.

“Eu sempre tive a ideia de formar uma banda. Lembro de ir com o Gil nos shows de bandas autorais daqui de Campo Grande que estavam começando e pensar que poderíamos fazer isso também. Nós sempre tocamos juntos em casa e assim que conhecemos o Mareco nos animamos para criar o projeto”, conta Tom. “No festival Contato tocamos no palco alternativo, mas tinha artistas muito bons no palco principal. Foi uma estreia muito especial, empolgante”, emenda Gil.

VideoSonic – Foto: Sarah Outeiro

No início da banda as projeções eram criadas primeiro, para depois acontecer a composição da música. Com o amadurecimento o processo se inverteu. “As composições sempre foram feitas separadas. O Tom geralmente propõe um tema ou riff, a partir daí as músicas se desenvolvem. As projeções vêm por último, ao contrário do que era no começo”, explica Gil.

Mas os três se unem para dar o veredito final de cada música. “Com o tempo fomos criando mais juntos, nos ensaios ou reuniões. As projeções são feitas pelo Mareco, então nos reunimos e conversamos sobre elas, damos nossas opiniões e vemos em qual música cada arte se encaixaria melhor”, detalha Tom.

As influências musicais são variadas. Os três sempre citam o duo instrumental campo-grandense Macumbapragringo, que também não possui vocalista e por circularem pelas mesmas casas noturnas acabaram se tornando amigos. A banda Aeromoças e Tenistas Russas (ATR), música eletrônica, progressiva e principalmente o rock também influenciam o som do VideoSonic.

A projeção ainda é pouco explorada pelas bandas de MS, mas agradou o público da banda, que gosta da interatividade entre os músicos e as imagens e acabam sendo parte da performance. “As pessoas reagem de modos bem diversos, mas curtem muito o som e o aspecto visual dos shows”, avalia Gil.

VideoSonic – Foto: Sarah Outeiro

Álbum e videoclipe

No fim do ano passado o VideoSonic gravou seu primeiro álbum de estúdio com 11 faixas, lançado em abril deste ano pela Ampi Produtora e intitulado “Void Interaction”. Todas as composições são próprias e revelam as influências do grupo.

“São músicas despretensiosas, dá para perceber as influências, mas tentamos não soar como elas”, pontua Gil. “Cada música teve uma origem diferente, algumas eu compus em casa sozinho, outras surgiram em ensaios ou quando nos reuníamos. Temos bastante liberdade para improvisar e se gostarmos é possível que se torne uma música depois”, completa Tom.

Os nomes das canções são simbólicos no início, servem para os três se lembrarem de cada música. Depois, quando voltam a trabalhar no som, eles dão o nome que melhor representa a melodia. Foi assim que surgiram as faixas “Golpe, “Contragolpe” e “Drag Queens”, que fazem alusão ao atual momento do país.

VideoSonic – Foto: Divulgação

“‘Golpe’ diz tanto sobre o cenário recente quanto para qualquer dificuldade que a vida nos impõe. ‘Contragolpe’ é a reação a isso, não aceitar o que nos é imposto. Já ‘Drag Queens’ é sobre igualdade, em tempos de violência é bom lembrar que todos devem ser respeitados”, esclarece Tom.

Na segunda-feira (28/05) o grupo lançou seu primeiro videoclipe. A música escolhida foi “Castellana”. A ideia nasceu após o convite da bailarina Ana Medeiros, prima de Gil, quando os músicos estavam de passagem por Porto Alegre. “Nós achamos que seria perfeito gravar um clipe para essa música, já que o nome vem das nossas origens castelhanas. Foi uma experiência incrível, estamos muito felizes”, enfatiza Tom.

“Void Interaction” ainda conta com as faixas “Noix”, “Echo”, “Contato”, “Clockwork”, “Zumbi”, “Chakra” e “Comitiva”. O álbum completo pode ser acessado através do perfil da banda no Spotify: http://goo.gl/CZnL6s. O videoclipe pode ser assistido pelo link: http://goo.gl/anaqBW.

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