Com capoeiristas de outros Estados projeto “Capoeira Angola: Berimbau Chamou” chega ao fim

Projeto começou no início de março com oficinas na Escola Estadual Hércules Maymone e terminou com três dias de evento.

Fotos: Cigarra Fotografia

Uma das manifestações culturais mais tradicionais do Brasil, a capoeira, esteve presente em vários pontos da Capital entre os dias 27 e 29 de abril com o encerramento do projeto “Capoeira Angola: Berimbau Chamou”.

Na noite de sexta-feira (27) aconteceu uma roda de capoeira na praça Ary Coelho, no sábado (28) oficinas durante o dia e uma roda de capoeira no fim da tarde na associação de moradores da Vila Margarida e no domingo (29) uma roda de conversa e de capoeira no Parque das Nações Indígenas. O projeto foi contemplado com recursos do FMIC (Fundo Municipais de Investimentos Culturais).

Ao som do berimbau e atabaques luta, dança e esporte se misturam. E foi com muita animação que começaram a roda na praça Ary Coelho, no primeiro dia de evento, às 19h. Estavam presentes: mestre Renê, de Salvador; mestre Leninho, de Brasília; mestre Pequeno, de Campo Grande; contramestre Carlos, de Curitiba; treinel Paula, de Curitiba; e professor Rafael, de Goiás.

Fotos: Cigarra Fotografia

Mesmo cansados da viagem, alguns deles haviam acabado de chegar, todos jogaram na roda de Capoeira Angola com bastante energia e alegria. Algumas pessoas que passavam pelo local paravam para assistir a movimentação. “Nunca fiz capoeira, mas acho legal ela estar em espaços públicos para que tenhamos contato com este tipo de cultura que muitas vezes é marginalizado”, reflete a vendedora Luna Débora.

No segundo dia foi a vez das oficinas na associação de moradores da Vila Margarida. Teve de musicalização com instrumentos da Capoeira Angola, movimentação, história da capoeira e história afro-brasileira, ministradas pelos convidados de outros Estados. Todas eram abertas ao público e cerca de 70 pessoas participaram.

“Foi muito bom estar com todos aqui, rolou muito ensinamento. A capoeira é uma herança ancestral africana, este projeto surge como uma forma de todos conhecerem seu passado. As oficinas acabam se tornando uma ferramenta de mudança social, ensinam respeito ao próximo, a ter responsabilidade com sua identidade cultural, além de fazer bem para a mente e o corpo”, reflete o idealizador do projeto, Marcos Campelo.

Fotos: Cigarra Fotografia

O intercâmbio cultural é algo muito valorizado dentro da Capoeira Angola. “Esses encontros são de grande importância para enriquecer e fortalecer nossa cultura, pois só juntos conseguiremos trazer mais adeptos e faremos com que ouçam nossas reivindicações”, afirma o mestre Renê.

O último dia foi de conversa, emoção e roda de capoeira na pista de skate do Parque das Nações Indígenas. Cerca de 40 pessoas participaram da roda que também atraiu olhares de quem fazia exercícios por ali ou andava de skate.

Com 69 anos de idade e ainda jogando capoeira com bastante vitalidade o mestre Guerreiro, que joga capoeira desde os 7 anos e hoje vivem em Dourados, participou da roda. Ao se lembrar de todos seus anos de luta para manter viva a cultura afro-brasileira ele se emocionou bastante. “Temos que promover mais encontros como este, nos fortalecer ainda mais para conseguirmos manter nossa cultura”, disse.

Fotos: Cigarra Fotografia

Já o mestre Renê convidou todos os participantes para o visitarem em sua academia em Salvador e lembrou que lá o espaço é de diversidade, acolhendo a todos, independente da diferença em qualquer aspecto.

A treinel Paula, que veio de Curitiba foi uma das poucas mulheres que jogaram na roda e ainda tocou alguns dos instrumentos durante a roda. Ela acha importante projetos como este para conhecer como está a Capoeira Angola em outros lugares do país.

“Foi a primeira vez que estive em Campo Grande, conhecer pessoas através da capoeira é um presente. Quando vem gente de outras partes do país há uma diversidade na troca, cada um traz seu conhecimento, é muito interessante”, avalia.

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