Para valorizar traços negros, Amarildo Cruz cria o Dia do Orgulho Crespo

Dep. Amarildo Cruz (PT) – Foto: Victor Chileno

Na semana em que o mundo celebra o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial (21 de março), o deputado estadual Amarildo Cruz (PT) sugeriu a criação do “Dia do Orgulho Crespo de Mato Grosso do Sul”, a ser comemorado, anualmente, no dia 07 de novembro. A data escolhida é uma homenagem à adolescente Karina Saifer de Oliveira, que se suicidou aos 15 anos de idade após sofrer bullying na escola em que estudava, no município de Nova Andradina, por causa do seu cabelo.

Defensor do combate à discriminação racial, Amarildo Cruz faz um alerta. “É preciso voltar a atenção para casos tristes como esse não só quando é celebrado o dia de combate ao racismo, mas todos os dias. Não podemos aceitar que ainda hoje, no século XXI, pessoas sejam perseguidas, discriminadas por causa da cor da sua pele e o objetivo de projeto de lei é pautar politicamente a sociedade sobre a importância de compreender de que forma a negação do cabelo crespo está associada ao racismo e à discriminação, e o quanto é importante valorizar a estética negra”, defendeu.

Para o deputado, a valorização da estética negra é um ato de resistência aos padrões eurocêntricos que foram impostos ao povo negro, amplamente e historicamente difundidos pela mídia e pela publicidade. “É preciso quebrar o tabu de que existe um padrão de beleza. Que os cabelos crespos sejam símbolo de luta e estimulem a articulação de outras pautas que visem corrigir as desigualdades do Brasil, sobretudo, as injustiças cometidas contra as pessoas negras e contra as mulheres”, falou.

Números

Segundo o último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase metade da população feminina no Brasil é preta ou parda (49,5%) e de acordo com o atlas da violência de 2017, do Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA), o número de mulheres negras vítimas de mortes por agressão passou de 54,8% em 2005 para 65,3%. Ou seja, no último ano 65% das mulheres assassinadas eram negras. Outro dado grave é destacado no Mapa da Violência de 2015, no qual mostra que a quantidade de homicídios em mulheres brancas caiu, já os homicídios de mulheres negras aumentaram em 54,2%, passando de 1.864 em 2003, para 2.875 vítimas em 2013.

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