Portas abertas na “Casa do Samba”

Juci Ibanhez – Foto: Divulgação

Quando toco tua boca

Sinto viajar por um segundo

Quanto te beijo mais forte

Sinto dar a volta pelo mundo

Minha vida é muito louca

Quanto choro de verdade inundo

E é um rio…

Mas não vou deixar a sorte

De poder te amar de mais profundo

Quero me perder nas ondas

Do mar que se abre em nossa história

Navegar sem temer

Naufrágios, temporais

Ir sempre a favor do vento

Me esquecer dos dias, me livrar das horas

Não procurar por cais

Ou pontos cardeais

Quando vejo teu sorriso

Quero nunca mais deixar de te olhar

Quando ouço a tua voz

Quero nunca mais parar de te escutar

Sinto que é o paraíso

Teu abraço, tua pele a me roçar… e o rio…

Do meu sangue mais veloz

Percorrendo meu corpo

Ao te ouvir cantar

Mesmo o céu sem as estrelas

No cerrado as árvores sem ninhos

Se o sol não mais se por

Nem mesmo amanheça

Eu sei que o tempo tem a força

De mudar destinos

Desviar caminhos

Mas só te peço amor…

Nunca me esqueça (Nunca me esqueça – interpretação magistral de Juci Ibanhez)

Juci Ibanhez – Foto: Divulgação

Em seu CD “Muito Prazer” deparamo-nos, de agradecimento ao Criador até Arrastão (1965), música de Edu lobo e letra do poeta Vinícius de Moraes, que ganhou com Elis Regina (A pimentinha) o I Festival Nacional da Musica Popular Brasileira, faturando para seus autores a quantia de 10 milhões de cruzeiros e um berimbau de ouro. Agora mostra o seu lado compositora com o CD “ Morada no Samba”. Com várias composições suas. Na verdade ela fazia composições desde tenra idade mas tudo ficava guardado, mas graças a Deus o baú abriu! Sua inspiração está fundamentada nas histórias vividas e que a chamam a atenção e com muita propriedade fala de amor e como ela mesma diz: “tenha foco e faça o seu melhor!”

Cantar é a forma mais pura de se expressar emoções e de emocionar alguém. Uma música pode te levar a lugares inimagináveis de se ter e de se entender. E assim, como seu cabelo, que já foi undercut, rubro de carmim, super loiro e vermelho com as mechas pretas; assim é o campo de abrangência de sua entonação vocal e agrada a todos os estilos, pra quem no Mato Grosso do Sul não conhece, se isso fosse possível, tivemos em Corumbá neste Carnaval que promete ser o melhor dos últimos dez anos a apresentação da magistral Juci Ibanhez. Eu a conheci num 11 de julho na “Noite Especial da Seresta” que trazia para Campo Grande os fabulosos “Demônios da Garoa”, na Praça do Rádio o que tive a vontade de homenageá-la com este texto, esta semana que a reencontrei chegando a nossa Cidade Branca para sua apresentação. É a voz feminina mais potente atualmente e que nos faz entender o que é cantar com o coração.

Suas influências são partes de uma época muito criativa da música brasileira, o tropicalismo, pagode e o samba. Não obstante, nessa mescla de ritmos regados a regionalidade, temos uma cantora cujo canto é pra emocionar o mais recôndito lugar dos sentimentos. Lá aonde a dor não tem razão. Por isso… Juci Ibanhez, muito obrigado por ser esta voz que apesar dos problemas e dificuldades, não se cala. Eu na minha pequenez, nada posso te desejar a não ser a felicidade; e uma grande audiência em seu programa na FM educativa 104,7 “Casa do Samba”, nas manhãs de sábado; entretanto, Gonzaguinha, muito sabiamente, pode e eu o parafraseio…fique com a pureza da resposta das crianças e que faz a nossa vida mais bonita, para que nós possamos viver e não ter a vergonha de ser feliz… cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz! Sucesso!

*Articulista

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Topo