Pesquisadores encontram destroços do último navio negreiro dos EUA

Foto: Bem Raines/Al.com/AP

Pesquisadores norte-americanos afirmaram na manhã deste sábado (27/01) que conseguiram encontrar submerso em lama as margens de um rio no Estado do Alabama, nos Estados Unidos (EUA), destroços de uma embarcação de madeira que pode ter sido o último navio negreiro a transportar escravos para o país.

De acordo com informações das principais agências internacionais de notícias, os destroços encontrados podem ser do Navio Clotilda, o último a trazer para os EUA, escravos vindos da África.

A proibição da ‘importação’ de escravos para o território norte-americano aconteceu em 1807, depois que o presidente Thomas Jefferson assinou a Lei/Decreto impedindo-a em todo o país.

A história relata que diante da proibição, o então capitão do Navio Clotilda, William Foster, decidiu queimar a embarcação, que foi afundada em seguida.

Apesar da proibição da ‘importação’ de escravos, a escravidão em território norte-americanos ainda permaneceu sendo o ‘motor’ da economia rural no Sul do país por várias décadas, até que fosse abolida definitivamente a escravidão em todo o território nacional.

O Navio Clotilda foi construído em meados de 1801, usando técnicas daquela época. Ele transportou os últimos escravos, oriundos de Benin, na Costa Ocidental da África, em 1860, um ano antes do início da Guerra Civil Americana.

Os pesquisadores norte-americanos afirmam que os destroços encontrados mostram evidências de danos provocados por fogo que supostamente teria sido ateado pelo então capitão William Foster.

O capitão William Foster entregou pela última vez em 1960 cerca de 110 escravos africanos nos EUA. Após, ele levou a embarcação até o delta do rio e a queimou, afundando-a em seguida.

Ben Raines, repórter do site Al.com, e um dos pesquisadores que participam das buscas pelo navio desparecido, disse e embarcação foi encontrada por acaso, depois que a maré do rio baixou excepcionalmente, mostrando alguns destroços.

Ele acredita que possa haver mais destroços enterrados, sendo necessário uma pesquisa ainda maior e serviços de escavação e arqueologia, para verificar ao certo que se trata realmente do Navio Clotilda.

O primeiro passo, segundo Ben Raines, é reunir informações com a Comissão Histórica do Alabama, com o Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA e com outros órgãos estadual e federal.

A maior parte do navio permanece enterrada na lama. Se se revelar realmente que se trata do último navio negreiro, aqui se tornará um local muito importante por vários motivos. A estrutura da própria embarcação não é tão importante quanto a história e o impacto que pode ter sobre muitas, muitas pessoas”, disse o jornalista e arqueólogo Ben Raines.

Com informações das Agências Associated Press e Reuters

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