CBTKD anuncia seleção de Parataekwondo para Mundial em Londres

Alan Nascimento e atletas – Foto: Divulgação

A CBTKD (Confederação Brasileira de Taekwondo) anuncia a equipe que representará o Brasil no Campeonato Mundial de Parataekwondo, em Londres, de 19 a 21 de outubro. O treinador do time brasileiro será Alan Nascimento. A comissão técnica também será formada por Elisa Pilarski, fisioterapeuta, e por Rodrigo Ferla Martins, coordenador técnico. Serão sete atletas que representarão o Brasil: Suelen Rutz, Cristhiane Neves, Débora Menezes, Nathan Torquato, Nielison Santos, Jonatan Borges e Lucas dos Santos.

De acordo com o treinador brasileiro, a equipe que irá para a Inglaterra está composta por atletas que servem de exemplo para o paradesporto nacional. “São atletas que se dedicam diariamente ao Parataekwondo, com recursos próprios, e aguardavam a oportunidade de defender o Brasil. E esperamos trazer medalhas de Londres”, enfatiza Nascimento, de 36 anos.

Esta será a primeira vez que o Brasil terá uma equipe da modalidade em um mundial. Para o técnico da seleção, trata-se do começo de um novo cenário para o parataekwondo no país. “De fato, poderemos mostrar ao Brasil que o parataekwondo está no caminho certo do profissionalismo e com enorme capacitação para gerar frutos ao esporte nacional”, finaliza o profissional que soma 19 anos de experiência no esporte, com ações desenvolvidas no Instituto Olga Kos e Despertar- Instituto de desenvolvimento.

Treinamento – No próximo dia 13, a partir das 14h, a seleção se reunirá no CTP (Centro de Treinamento Paralímpico). O encontro servirá para preparação final dos atletas antes da ida a Londres. O embarque da delegação será no dia 14, à noite.

O Centro de Treinamento Paralímpico fica na Rodovia dos Imigrantes KM 11,5, s/n – Vila Guarani, São Paulo – SP, 04329-100

Alan Nascimento e atletas – Foto: Divulgação

História e currículo dos atletas

Lucas Barbosa – Classe K44 categoria abaixo de 61kg

Meu nome é Lucas Barbosa, tenho 18 anos sou do interior de Alagoas, dá cidade de Messias, vim para São Caetano do Sul tem poucos meses, para fazer parte dá seleção brasileira de Para Taekwondo, sou atleta dá classe K44 categoria a baixo de 61Kg. Estou na cidade de São Caetano do Sul fazendo parte da equipe Two Brothers Team de TaeKwonDo, que é a equipe mais conceituada de TaeKwonDo do Brasil.

Eu nasci com deficiência nos membros superiores, por conta de uma medicação que minha mãe tomou quando ficou sabendo que estava grávida de mim, a tentativa de aborto dela não deu muito certo, por conta disso nasci com ” sequelas ” dá tentativa de aborto, depois de alguns meses, meus país se separam, e meu avô me pegou para me criar, minha avó não aceitou muito bem no começo, mas hoje ela é uma das pessoas que mais me amam. Depois de um tempo eu comecei a crescer e a compreender mais as coisas, e foi aí quando eu comecei a compreender as coisas, que começaram as piadas de mal gosto ” bullyng “. Quando completei 15 anos, conheci o TaeKwonDo, e logo de cara me apaixonei pela arte marcial, lembram do meu avô?! Que eu citei um pouco antes?! Pois é, ele foi uma das pessoas que mais me incentivou no esporte, depois de alguns meses surgiu uma notícia de que iria haver uma competição na minha cidade, e eu já estava me preparando meses antes, e eu queria muito levar meu avô na competição pra me ver lutar, mas 20 dias antes aconteceu o que eu menos esperava, meu avô sofreu um taque cardíaco, e acabou falecendo, mas eu não parei por aí, após o velório do meu avô, tinha treino, e eu já fui direito pra o treino, e eu coloquei na minha cabeça que eu não estava sozinho, é que eu não iria vencer sozinho, essa vitória seria de todo mundo que me ajudou a chegar até onde eu cheguei, fui na competição, venci, e dediquei a vitória a meu avô, daí então falei pra me mesmo que em qualquer competição que eu fizesse, meu avô estaria torcendo por mim, não importa onde ele estivesse, e hoje tenho vários títulos

Recebe uma bolsa da prefeitura de messias no valor de R$ 400,00 para viver em São Paulo, e treinar.

Títulos na Categoria convencional

Campeão brasileiro

Bi campeão alagoano

Campeão –  IX copa dragões de TaeKwonDo

Campeão –  X copa nordeste

Campeão –  copa do Brasil

Nathan Torquato – classe K44 categoria abaixo de 75 kg

16 anos – Faixa Preta 2ºDan. Nasci com uma deficiência congênita de redução de membro superior esquerdo categoria da medicina como Q72.

Comecei a treinar Taekwondo aos 3 anos de idade. Aos 7 comecei a competir na categoria convencional do Taekwondo onde nunca tive dificuldades nenhuma e muito menos preconceito dos meus adversários.

Sempre lutei de igual pra igual e isso me proporcionou a disputa da seletiva cadete nos anos de 2014 e 2015 onde consegui as vagas na Seleção Brasileira de Cadetes convencional, indo assim na disputa do Mundial no Azerbaijão em 2014 onde chegando lá a Federação Mundial me impediu de lutar alegando que eu não tinha condições de igualdade, para conseguir os R$ 20.000,00 necessários para poder ir ao mundial, fiz pedágios nos faróis de praia grande, rifas e festas. Foi aí que começaram a me barrar nas competições, mesmo eu tendo passado por toda seletiva nacional, mas enfim, não desisti de continuar meus treinos, minha luta, minhas competições. E vou continuar lutando e buscando o direito de lutar nas duas categorias, convencional e parataekwondo.

Niélison Coutinho – classe K44 categoria acima de 75kg

Nasci na cidade de Guarabira no interior dá Paraíba, onde por um erro médico, tive meu braço direito quebrado na hora do parto, e fiquei com uma deficiência no braço e ombro direito, passei a morar na cidade de Alagoa grande também no interior dá Paraíba com meus pais e meu irmão, onde cresci e vivi até os dias de hoje , onde passei por muito preconceito pela deficiência, nas escolas pelos alunos , pais de alunos que lá também estavam, e pelas pessoas que não entende que pessoas com  deficiência​, são normais e podemos fazer tudo que os outros fazem com um pouco mais de esforço, mas, também foi aqui nessa cidade que passei a crescer, amadurecer e com muita dignidade e respeito que meus pais me deram , minha vida sempre foi uma batalha com muita dificuldade e barreiras criadas por pessoas que não aceitavam minha deficiência, nunca baixei a cabeça como meu pai me ensinou a sempre seguir em frente , passei a trabalhar na livraria e  papelaria Só de Ler aqui mesmo na cidade onde recebia 400,00 por mês ,  passei a praticar uma arte marcial tão linda que é o Taekwondo só pra ver como seria , na academia AATKD Associação Alagoa Grandense de Taekwondo,e conheci o meu Mestre Gisélio Marques,  Mestre 4° Dan de Taekwondo onde me ajudaram e incentivaram muito a praticar o Taekwondo, e  quando vi já tava competindo em campeonatos regionais e Estaduais ganhando e me graduando nas faixas passando por categorias daí já passei a  gostar disso tudo e coloquei essa arte marcial  como esporte pra mim,  e que hoje  mudou minha vida meu jeito de ser , e  hoje continuo trabalhando em outra Empresa , papelaria e serigrafia Diversidade Gráfica onde recebo 450,00 por mês pra ajudar em casa, mas com o pouco que recebo fica difícil pra sobrar algo pra ajudar no Taekwondo ,  hoje sou mais que um praticante, passei a ser atleta desse esporte e, fui convidado a fazer uma classificação pra ir pra seleção de parataekwondo e  graças a Deus consegui passar na classificação !  Hoje sou um Atleta dá seleção Brasileira de parataekwondo, e hoje vejo que nada na vida foi em vão, como um dia minha mãe me disse Deus guardou o melhor pra mim! Preciso muito de um patrocínio para ir mais além nesse esporte que tanto me impulsar a querer ir mais longe!

Suelen Rutz – Classe K44 categoria abaixo de 49kg

Sou a Suelen, nascida e criada no interior de Santa Catarina. Mesmo não tendo o antebraço esquerdo, sempre fui muito ligada ao esporte. Sempre joguei muito vôlei e futebol e pratiquei atletismo, mas nunca pensando em competir, apenas como diversão.

De uns anos pra cá comecei a acompanhar o esporte paralímpico e sentir uma vontade muito grande de fazer parte disso. Nossos atletas brasileiros nos representando pelo mundo me emocionaram e me fizeram acreditar mais na superação e nas nossas qualidades, independente de condição física, somos todos iguais.

Querendo fazer parte dessa história, pensei em diversas modalidades. Algumas não me agradavam o suficiente, outras não estavam disponíveis para a minha deficiência. Foi quando inscrevi minha filha em uma classe de Taekwondo através de um projeto da Prefeitura de Cotia, liderado pelo Mestre Geraldo Siqueira. Fui convidada para acompanhar a aula auxiliando minha filha pra que perdesse a vergonha. Foi paixão à primeira luta.

Desde então tenho treinado intensamente, buscando melhorar a cada dia e merecer participar não só dos Jogos Olímpicos, mas de todas as competições que puder disputar no Para-Taekwondo, trazendo medalhas para o nosso país e mostrando mais um exemplo de superação para os que ainda não acreditam no que são capazes.

Deborá Menezes – Classe K44 categoria abaixo de 57kg

Muito prazer sou Débora Bezerra de Menezes, tenho 26 anos (18/05/1990) e nasci com Deficiência Física Congênita, braço direito.

Desde pequena meus Velhos (Pais) não sabia ao certo como lidar com minha Eficiência, o aprendizado para todos era constante.

Algo de muito especial e divino lhes davam coragem e firmeza para seguir a diante.

Batalhas surgirão e não foram poucas, muitas de tirar o fôlego, e claro que não seria por esses obstáculos que minha vida iria parar.

Na fase da pré-escola com meus seis anos de idade foi posto a prova, e os desafios apenas começavam…

Foi uma fase muito difícil, pois as crianças ficavam zombando de mim, e em determinado momento não quis ir mais a escola, e foi nessa hora que minha mãe teve a firmeza de não me deixar parar, ela até ficou na sala de aula…

Certamente das muitas situações na qual passei, ajudaram no meu amadurecimento e ver a vida de forma diferente.

Mais não parou por aí, encontrei no esporte a válvula de escape que precisava para conquistar meu espaço, e continuar quebrando as barreiras do meu dia a dia.

Sempre fui muito adepta aos esportes, e cada vez mais me interessava por praticar, até descobrir o quanto gostava de fazer parte de uma equipe e poder dar o meu melhor, e foi assim que comecei no Futsal (convencional) minha paixão.

Não demorou muito, e eu já estava cursando Bacharel em Educação Física, e nesse processo tive algumas oportunidades por indicação dos meus mestres da faculdade, por verem minha garra e força de vontade…

Não sabia que tinha pessoas com deficiências praticando esportes, foi aí que comecei a conhecer o esporte adaptado, e para minha felicidade fui fazer alguns treinos com a equipe do Vôlei Sentado, por motivos maiores não fiquei com a equipe.

Passei a treinar o Para Atletismo, e me identifiquei com a modalidade de Lançamento de Dardo, no qual consegui quebrar o Recorde Brasileiro por duas vezes, e infelizmente por circunstâncias financeiras não foi possível dar continuidade aos treinamentos.

Após um período de mudanças, e acreditando que não voltaria a praticar esporte adaptado novamente, o universo mostra-me ao contrário, colocando em meu caminho pessoas que abririam as portas para um novo recomeço, e quero agradecer a Mayara Souza por ter me convidado a participar da aula de Taekwondo, e conseqüentemente estar frente a frente com o Presidente da Federação de Para Taekwondo, Alan Nascimento. Esse mundo é pequeno mesmo, estudamos juntos na faculdade e quem diria que eu receberia um convite do tamanho do meu sonho.

Fui convidada a para fazer parte da equipe da Seleção de Para Taekwondo, fiquei surpresa, feliz e sem palavras.  Acreditar que tudo que nos acontece não por acaso e prova está aí.

Para minha felicidade, eu já havia praticado a modalidade de Taekwondo, mas não estava realizando com tanta freqüência como gostaria, e agora estou totalmente envolvida e focada com os treinamentos para com o objetivo de TOKIO.

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