Violência no trânsito: quando a inconsequência banaliza a vida

As estatísticas da BR-163/MS mandam um alerta inconfundível: a violência do tráfego está aumentando. Nos últimos oito meses e meio, ou seja, de janeiro a meados de setembro, aconteceram na principal rodovia sul-mato-grossense 55 mortes em acidentes de tráfego. O número é quase igual ao do ano todo de 2016: 59 mortes. Nesse ritmo, vamos viver o crescimento no número de mortes na rodovia pela primeira vez, desde 2014.

Falha da Concessionária? Não, de forma alguma. Temos trabalhado intensamente para vencer a insanidade no trânsito. Realizamos uma reforma na BR-163/MS como nunca havia sido feito. Substituímos e modernizamos toda a sinalização vertical (placas) e horizontal (faixas, tachas refletivas, tachões). Monitoramos a rodovia com equipes especializadas, viaturas e câmeras de TV.

Instalamos um sofisticado Serviço de Atendimento ao Usuário, SAU, com 17 Bases Operacionais, cerca de 80 viaturas e aproximadamente 500 colaboradores atuando em regime de revezamento, 24 horas por dia. Nosso Centro de Controle Operacional, CCO, localizado em Campo Grande, monitora a BR-163/MS à distância com tecnologias de última geração.

Uma prova de que nosso trabalho tem dado resultados é que, na medida em que os nossos serviços foram avançando, a violência do tráfego reduziu. Começamos em 2014, com 86 mortes. Em 2015, esse número caiu para 64 mortos e, em 2016, foi para 59 fatais.

Há um conjunto de fatores a considerar. Mas tudo leva a crer que o fator humano tem importância preponderante na análise desse fenômeno. Os depoimentos de sobreviventes e os laudos periciais indicam que, na maioria dos casos, houve irresponsabilidade de um ou mais condutores de veículos envolvidos nos acidentes.

Não são raros os casos de ultrapassagens perigosas, desrespeito à sinalização, tráfego sobre faixa dupla, falta de bom senso e consumo de bebidas alcoólicas. Isso precisa ser combatido.

Muitas dessas infrações podem ser detectadas com fiscalização à distância, por meio das imagens de nossas câmeras. Tanto que temos buscado viabilizar com a Polícia Rodoviária Federal a presença de seus agentes dentro do CCO, 24 horas por dia.

Em outras rodovias do Grupo CCR, esse mecanismo é executado com grande sucesso. Infrações como ultrapassagens perigosas, direção insegura e falta do uso do cinto de segurança são identificadas no CCO pelos agentes, em tempo real, e seus autores multados.

Sempre que possível, e em conjunto com a PRF, temos realizado em MS campanhas educativas buscando combater maus comportamentos no tráfego, como consumo de bebidas alcoólicas, falta do uso de cinto, transporte de crianças sem cadeirinha, uso do celular ao volante e muitos outros.

Educação de trânsito e multas não são os únicos recursos. Temos nos empenhado em realizar intervenções físicas na rodovia no sentido de oferecer maior proteção aos usuários. Em pontos de ultrapassagem perigosa, temos implantado tachões refletivos. Em locais de travessia, intensificamos a sinalização, concentramos os pontos de travessia e instalamos faixas de pedestres. Recuperamos o pavimento em boa parte da rodovia e já duplicamos 138,5 quilômetros.

Mas não pense que apenas duplicando vamos conter a violência. São comuns os casos de acidentes em trechos já duplicados provocados por imperícia e imprudência dos motoristas. Sem conscientização, os erros se repetem. Os maus motoristas matam ou morrem e não é isso que a sociedade merece.

É hora de nos unirmos em uma grande campanha por um trânsito consciente, responsável e pela vida.

 

(*) Fausto Camilotti é engenheiro civil com pós-graduação em Administração de Empresas e MBA em Gestão de Pessoas pela FGV. É Gestor de Atendimento da CCR MSVia.

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