Óleo de cozinha: um nicho a explorar!

Rosa Floriano – Foto: Divulgação

Desde quarta feira se tornou lei um projeto de autoria do Deputado Paulo Siufi. A Lei Nº 5.044 institui o Programa Estadual de Coleta e Reciclagem de Óleos de Origem Vegetal em Mato Grosso do Sul. Conforme o texto, o programa tem como objetivo evitar a poluição de águas e do solo; informar à população sobre os riscos ambientais causados pelo descarte incorreto dos óleos; incentivar a prática da reciclagem; e favorecer o aproveitamento econômico da reciclagem. Estamos em um momento interessante para abordar a reciclagem do óleo de cozinha usado, um tema diretamente ligado à conservação da água e do solo. O óleo vegetal é um dos principais itens utilizados na cozinha para preparação dos alimentos. O brasileiro consome para es se fim, em média, 20 litros do produto por ano. Muitas vezes, entretanto, esse óleo não recebe uma destinação correta após o uso.

Aquela pequena quantidade restante de uma fritura na maioria das casas acaba indo para o ralo da pia, contribuindo para impactos indesejáveis ao meio ambiente, além de com o tempo estreitar o fluxo nas tubulações e prejudicar o sistema de tratamento de água e esgotos. Além disso, a reciclagem do óleo de cozinha usado está ligada também a outro tema atual: o aumento do percentual de biodiesel no diesel. O óleo de cozinha usado é responsável por apenas 2% da produção de biodiesel no país. Ainda é muito pouco e as campanhas de conscientização e reciclagem do óleo usado podem ser justamente a porta que vai permitir uma maior representatividade desta matéria prima.

O óleo de fritura usado (óleo vegetal saturado) descartado de maneira incorreta provoca diversos males ao meio ambiente. Por ser mais leve e não se misturar com a água o óleo forma uma película que com o tempo causa entupimento e problemas de drenagem se despejado em pias, vasos sanitários, valas ou bueiros. Aumentando assim o custo no tratamento do esgoto. Quando não há tratamento de esgoto, se chegar aos arroios, rios e lagos, a película formada pelo óleo dificulta a entrada de luz e a oxigenação da água, provocando o aquecimento, pois impede também a evaporação. Comprometendo assim, a base da cadeia alimentar aquática, causando a morte de peixes e outros animais. Um litro de óleo saturado gera cerca de 800 ml de biodiesel. O óleo reciclado pode ser comercializado também para a indústria química, d e cosméticos e de ração, já que utilizam óleo na composição de seus produtos. Algumas empresas pelo país, oferecem a R$ 0,20 centavos, pela compra do óleo de cozinha, usado, e depois das ações químicas (principalmente filtrar e retirar a água) o revendem a R$ 0,80 centavos como matéria-prima para tintas, sabão, fertilizantes e até asfalto. Em momentos de dificuldade que surgem as grandes ideias, mas a preocupação com o meio ambiente, deve estar presente em cada ato de nossa vida.

*Gestora Ambiental

Foto: Divulgação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Topo