Mães e empreendedoras

A revolução feminista ocorrida no início do século XX trouxe inúmeros avanços para as mulheres, inclusive no mercado de trabalho, que não só ganharam espaço como funcionárias, mas também como empreendedoras. E o que mais se pauta nos dias atuais é o empreendedorismo materno, mães que deixam seus empregos formais e abrem sua própria empresa em busca de maior flexibilidade e autonomia para estar com os filhos.

Segundo um levantamento do Sebrae, a maior parte das mulheres que decidem empreender por terem visto uma oportunidade de melhoria na vida profissional e não porque havia uma necessidade de ter o próprio negócio. A pesquisa também aponta que o número de mulheres à frente de empresas no início da carreira está aumentando, mudando a faixa etária das mulheres empreendedoras do estado de Mato Grosso do Sul, que hoje fica entre 40 e 60 anos.

O quadro otimista em que o estado se encontra é um reflexo do cenário do país, de acordo com dados de uma empresa americana (Global Entrepreneurship Monitor) das 21,1 milhões de pessoas que estão à frente de empreendimentos considerados recentes, metades são mulheres.

A pesquisa também analisou o grau de escolaridade das mulheres empreendedoras, 57% delas possuem o ensino superior completo, têm uma especialização, mestrado ou doutorado. Foram apontados pontos fracos quando a mulher está à frente do próprio negócio, segundo a pesquisa elas possuem certa dificuldade no estabelecimento de metas, monitoramento sistemático e busca de informações.

Essa realidade já existe há um bom tempo em outros países, no Brasil é algo mais recente. Esse processo de empreendedorismo materno sempre existiu, se for bem analisado, mas agora ganha mais força como um movimento das mulheres mães e mais possibilidades de atuação e apoio.

Aquela visão de que maternidade e trabalho são coisas distintas vêm caindo por terra, o privilégio oferecido pelo empreendedorismo materno é justamente poder desempenhar essas duas atividades sem que uma atrapalhe a outra. E além desse processo ser uma questão positiva para essas mulheres, há também um impacto significativo na economia.

De acordo com o anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras das Micro e Pequenas Empresas, divulgado em 2016, pelo Sebrae e Dieese, em 11 anos, o número de mulheres chefes de família e donas do próprio negócio saltou de 6,3 milhões para quase 8 milhões, um crescimento de 25%. Os setores com maiores investimentos são os de comércio e serviços.

A maioria das mães se deparam com o empreendedorismo junto com o nascimento dos filhos

Em muitos casos as mulheres mudam sua visão sobre o mercado de trabalho logo quando os filhos nascem. Se veem naquele impasse entre voltar da licença maternidade e ficar mais tempo com o filho, e é nesse momento que o lado empreendedor, muitas vezes adormecido, desperta e um novo estilo de vida nasce.

Mas deve-se ter em mente que há pontos negativos e positivos, como em qualquer outra escolha, por isso é importante analisar todos os aspectos entre empreender e maternar. É preciso planejamento, pois no início pode haver acúmulo de funções, como há também a qualificação, e para isso existem instituições que apoiam dão dicas de empreendedorismo, preparando as mães para essa nova guinada entre a maternidade e serem donas do próprio negócio.

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