Festival de Inverno de Bonito comemora 18 anos com novidades e programação maior

Lançamento do Festival de Inverno de Bonito 2017 – Foto: Divulgação

Festival de Inverno de Bonito (FIB) vai comemorar a sua maioridade em grande estilo. De 27 a 30 de julho, o festival de arte e cultura mais tradicional do Estado chega a sua 18ª edição com uma grande celebração na cidade bonitense. Serão 149 atrações artísticas, 32 oficinas e cursos, 09 estandes e 17 horas diárias de programação gratuita. O FIB vai expandir suas atividades além da Praça da Liberdade. Em 2017, o festival chegará ao distrito Águas de Miranda, ao Assentamento Guaicuru e ao Bairro Marambaia. O festival chega aos seus 18 anos com muitas novidades. A realização é do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, da Secretaria de Estado de Cultura e Cidadania (SECC) e da Prefeitura de Bonito. O festival tem apoio de diversas instituições e empresas e a programação foi escolhida com a participação da comunidade bonitense.

Entre as novidades do Festival de Inverno de Bonito estão as sessões itinerantes de cinema em um confortável caminhão adaptado para receber o público infantil, jovem e adulto; uma mostra gastronômica em que será escolhido o melhor prato por votação popular; intervenções artísticas da Confraria Socioartista em pontos diferentes da cidade; uma escultura finalizada “ao vivo” pelo artista visual Adilson Schieffer para comemorar os 150 anos da Retirada da Laguna; o show “Canta Bonito” produzido especialmente com artistas da própria cidade; a presença inédita da música eletrônica na programação representada por Renato Tulux, agora com novo nome: Toulouse 84.

O Centro de Múltiplo Uso (CMU) é outra novidade e o novo endereço do FIB em Bonito nesta edição comemorativa. Das 9h às 17h, o local vai servir de ponto de encontro entre os estudantes bonitenses para participarem de oficinas, atividades culturais e espetáculos. Uma tenda de circo será palco para a apresentação de estudantes de escolas públicas bonitenses e outras instituições, como o Centro de Educação Infantil Laura Vicuña, Pestallozzi, Studio Kadoshi Dance e Instituto Família Legal.

Este novo espaço cultural do FIB, o CMU, terá múltiplas atividades e a presença de artistas como o poeta, escritor e ator Emmanuel Marinho, a banda Muchileiros, a cantora Juci Ibanez, os palhaços Anderson Lima, Pietro Lara e Pepa Quadrini & Junior de Oliveira, o mágico Tabajara, o grupo Arte e Riso Cia de Animação e Grupo Guavira com teatro de bonecos, a atriz Ramona Rodrigues com um varal de poesia com a obra de Manoel de Barros e o instrumentista Marcos Assunção com a sua viola pantaneira.

Lançamento do Festival de Inverno de Bonito 2017 – Foto: Divulgação

PARABÉNS MS – A comemoração dos 40 anos da criação de Mato Grosso do Sul, em 11 de outubro, é o tema do FIB em 2017. Ou seja, a celebração é dupla no festival este ano: 18 anos de Festival de Inverno de Bonito e 40 anos de MS. Por isso mesmo, o objetivo é destacar o genuíno valor artístico de Mato Grosso do Sul.

Na área musical, entre as 16 atrações musicais, apenas uma não é sul-mato-grossense: a rapper curitibana Karol Conka. Grandes nomes da música de Mato Grosso do Sul estarão no FIB. No primeiro dia do festival (27.07) uma dobradinha muito popular: o acordeonista Dino Rocha, o Rei do Chamamé e um dos maiores acordeonistas do Brasil, e a dupla Jads e Jadson, sucesso nos quatro cantos do país; no segundo dia do evento (28.07) se apresentam antes do show da paranaense Karol Conka, rapper sensação dó Brasil, a cantora campo-grandense revelação do reggae brasileiro Maria Peralta e o DJ Toulouse 84.

O terceiro dia do festival (29.07) traz um show especialíssimo: as irmãs Tetê Espíndola e Alzira E irão receber em seu show a outra dupla de irmãs Beth e Betinha, homenageadas do FIB em 2017. Será um encontro raro e histórico, reunindo de um lado as vanguardistas Tetê e Alzira e as pioneiras Beth e Betinha. Para encerrar a noite com chave de ouro o espetáculo de Ney Matogrosso, bela-vistense da cepa que ganhou o mundo e se tornou um dos maiores nomes da música brasileira. No último dia do FIB 2017 (30.07), a programação musical começa com o show “Canta Bonito”, revelando que a cidade bonitense tem artistas de talento. Na sequência o “Baile Brasileiro” comandado pelo filho da terra Gabriel Sater e o espetáculo final com o virtuoso e carismático instrumentista Marcelo Loureiro. Para marcar a abertura das atividades vespertinas do festival, o maestro Eduardo Martinelli vai comandar uma roda de chorinho nas proximidades da Praça da Liberdade.

Nas artes cênicas (teatro, dança e circo), das 20 atrações somente três são de outros estados brasileiros: Cia. Pia Fraus (SP), Irmãos Sabatino (SP) e Mimulus Cia de Dança (MG). Entre os grupos e artistas de MS estão Funk-se, Teatral Grupo de Risco, Circo do Mato, Grupo Bailah, Cia. Dançurbana, Cia. Theastai, Grupo Teatral Unicórnio e Cia Aplausos.

Lançamento do Festival de Inverno de Bonito 2017 – Foto: Divulgação

FIB 2017 vai contar também com uma programação extensa nos nove estandes da Praça da Liberdade. As subsecretarias de Igualdade Racial, Defesa da Mulher, LGBT e Juventude irão ganhar um espaço exclusivo: o Estande da Cidadania. Já a Tenda dos Saberes Indígenas, uma das mais procuradas nas últimas duas edições, continua com várias atrações interessantes. Desta vez, o visitante vai poder acompanhar, por exemplo, o processo da fabricação das cerâmicas Kinikinau, Kadweu e Terena.

A Praça da Liberdade ainda vai abrigar o Espaço de Artes Visuais –onde haverá a exposição “Um Panorama da História das Artes Visuais em Mato Grosso do Sul”, com 13 obras importantes do acervo do Museu de Arte Contemporânea de MS (MARCO)–, o Estande da Educação (SED), o Pavilhão das Artes com lançamento de livros e exposição de artesanato, o Espaço da Cultura da Infância e a tenda do projeto Memória Fonográfica de MS, do pesquisador Carlos Luz, em que o público tem acesso a LPs e discos fundamentais da música sul-mato-grossense.

DEBATES – O Festival de Inverno de Bonito terá na sexta (28.07) e no sábado (29.07) uma série de encontros entre estudiosos, pesquisadores, artistas, profissionais liberais e escritores ligados a cultura sul-mato-grossense. Com abertura na sexta pela manhã, os debates vão envolver questões como o combate a homofobia, a construção da malha cultural sul-mato-grossense e a cultura indígena em Mato Grosso do Sul.

O público ainda poderá participar do “Encontro Estadual de Gestoras Municipais de Políticas Para Mulheres” e do debate entre mulheres que realizam ações importantes na cidade de Bonito, além da terceira edição do “Encontro Regional de Arte Educadores” e do seminário de turismo que tratará dos 150 anos da Retirada da Laguna, marco histórico brasileiro envolvendo a Guerra do Paraguai e Mato Grosso do Sul.

HOMENAGEADOS – Os homenageados nesta edição do Festival de Inverno de Bonito serão a professora Maria da Glória Sá Rosa (in memoriam) e Beth e Betinha, dupla pioneira da música de Mato Grosso do Sul. Glorinha faleceu em 2016, aos 88 anos, e deixou um grande legado na cultura e na educação do Estado. Natural de Mombaça (CE), Maria da Glória Sá Rosa chegou aos 6 anos em Campo Grande. Foi a primeira presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, escreveu 12 livros e artigos sobre a arte sul-mato-grossense e produziu os primeiros festivais de música e teatro de MS nos anos 1960. Ocupou a cadeira 19 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e atuou durante 26 anos como professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Já as irmãs Josabeth e Eleonor começaram a cantar juntas na década de 1950 em Ponta Porã e logo se tornaram conhecidas como “As Princesinhas da Fronteira”. Naturais de Rio Brilhante (MS), filhas de pai maestro, Beth e Betinha representam a força feminina na música sul-mato-grossense. Se apresentaram em circos, cinema, rádios, exposições quando ainda o Mato Grosso era uno e emplacaram sucessos, como “C 10 Branca”. Beth, aos 81 anos, e Betinha, 76 anos, são matriarcas da música de Mato Grosso do Sul. Elas irão fazer uma participação especial no show de Tetê Espíndola e Alzira E, em um encontro histórico promovido pelo Festival de Inverno de Bonito entre duas duplas de irmãs fundamentais da cultura de MS.

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