Tonho sem Medo e Zé Pretim levantaram o público do Som da Concha deste domingo

Tonho sem Medo – Foto: Divulgação

Campo Grande (MS) – Muita animação e presença de público no primeiro Som da Concha do ano de 2017. Neste domingo, 15 de janeiro, subiram ao palco da Concha Acústica Helena Meirelles a banda Tonho sem Medo, da cidade de Bandeirantes, e Zé Pretim, o bluesman de Mato Grosso do Sul.

Tonho sem Medo abriu as apresentações no final de tarde, com suas músicas autorais, como “Isadora” e “Não quero mais”, e também músicas de artistas e bandas renomadas como Creedence, Rolling Stones e Eric Clapton. Seus integrantes, Nelinho Karkará (guitarra), Zé Neto (bateria), Sérgio Saito (baixo) e Plínio Zappah (vocal) reforçaram a influência das décadas de 50, 60 e 70.

Para o vocalista Plínio, tocar no Som da Concha foi muito legal, porque vieram os amigos, familiares dos integrantes da banda, pessoas que ele não via há muito tempo. “Aqui é muito família, podemos propagar a banda e o estilo do rock no Estado, a gente tem muito a ocupar aqui. Eu vi famílias, crianças… este contato com o rock desde cedo ajuda a propagar este estilo musical. As pessoas vibraram, foi muito especial hoje”.

Plínio fala que o incentivo para a produção autoral local deveria estar mais presente, também nas escolas, para que as bandas não toquem só músicas dos outros. “Não é isso o que a gente quer. Acredito que fazer música nas escolas, com oficinas, divulgando também nas rádios não só músicas nacionais, pois temos pouco espaço para a produção local, isso tudo ia fazer com que as pessoas observassem mais e participassem. O projeto Som da Concha é positivo nesse sentido, poderia ter em outros locais do Estado, poderia ter na periferia também, em algumas escolas. Está todo mundo de parabéns pelo projeto”.

Logo depois subiu ao palco Zé Pretim e sua banda, formada por componentes da ex-banda Bêbados Habilidosos: Júlio Belucci, Marcelo Rezende, Zé Fiúza e Luiz Ávila. Para o Som da Concha, o músico vai apresentar músicas características da região, como Trem do Pantanal, Vida Cigana, e clássicos já consagrados da música brasileira, como Chico Mineiro, Rio de Lágrinas, Asa Branca, além de “What a Wonderful World” e “Walking Blues”.

Zé Pretim – Foto: Divulgação

Depois de um período afastado para tratar da sua saúde, Zé Pretim voltou com força total e neste Som da Concha, gravou seu último DVD. Ele diz que a energia estava muito boa e sentia saudades de tocar na Concha, “um palco profissional com boa aparelhagem. Fiquei muito feliz. Faz três meses que estamos ensaiando. Toquei antes na Morada dos Baís, foi sucesso de público. Fiquei muito feliz. Hoje o público estava maravilhoso, fui abençoado com o patrocínio do Odo Nakazato e do Athayde Nery [secretário de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação] para gravar io DD ao vivo. Estou muito satisfeito, vamos fazer o lançamento em março”.

Sobre seu período de internação, ele diz: “Foi muito difícil, eu estava acostumado a sair a hora que eu quisesse, e viajar, achei que não ia conseguir ficar lá no meio de tantos homens, mas eu estava precisando muito disso. Graças a Deus agora estou me sentindo bem. Estou participando da Igreja Batista do Bairro Amambaí, estou gravando um CD evangélico, participo do grupo de música da Igreja e estou muito feliz”.

Para o secretário de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery, um dos patrocinadores da gravação do DVD, este material é um legado do Zé Pretim, “um ícone, nosso bluesman, que está à altura de Almir Sater, Geraldo Espíndola, Paulinho Simões, Jerry Espíndola, e tem uma grande contribuição musical para nosso Estado. É uma homenagem a ele lutar para este DVD sair. Ele conseguiu superar uma fase difícil, e agora está aí fazendo sua música”.

Nas arquibancadas estavam Paulo Benites, que trabalha numa vidraçaria, e Kadoshi, publicitário. Eles conhecem o Zé Pretim há vários anos, o Renato Fernandes era amigo da turma. Os dois moram ali perto do Parque das Nações Indígenas e há anos frequentam o Som da Concha. “Gostamos do estilo do Zé, seu talento, e aqui na concha sempre temos um lugar para vir aos domingos. Gostaríamos que tivesse mais eventos deste nível”.

Adriano Lopes Godoy, engenheiro agrônomo veio com seu pai, o geólogo William Pedro Godoy. Adriano trouxe seu violão e tocava antes de o show começar. “Ele sempre anda com o violão”, diz seu pai. Eles são apreciadores de música clássica, jazz, blues, rock. “Só não gosto de sertanejo, não faz muito meu gênero”, diz William. Eles ficaram sabendo do show por um site de notícias, mas já vieram várias vezes ao Som da Concha. “Nas férias é muito bom ter shows, ainda mais num dia bonito como esse”.

Os amigos Luís Henrique Amorim, servidor público federal e músico, e Sandra Andrade, professora aposentada e escritora de literatura e poesia infantil, vieram por causa do Zé Pretim. “Conheço o Zé há 34 anos, ele tocou no meu casamento. Zé é um ícone da música sul-mato-grossense, quem é que não conhece! Gostamos de boa música, aqui é um lugar onde reencontramos amigos, um ponto cultural”, diz Lúcia. Luís gosta de música regional, seresta, música romântica, de qualidade. Ele é acordeonista. Deficiente visual, ele diz que hoje há muito discurso e pouca ação sobre os direitos do cego e sobre a conscientização das pessoas para a questão. “Precisa haver, por parte das instituições, uma campanha educativa mais ostensiva. Muitos veem o deficiente visual como um ser extraterrestre, não enxergam nossa potencialidade. As pessoas às vezes não sabem lidar porque não têm a convivência com alguém portador de deficiência, não é o seu universo”. Sandra já trabalhou no Ismac (Instituto dos Cegos Florisvaldo Vargas) e teve alguns dos seus livros gravados em áudio.

Adriano Rodrigues, soldado do exército, Lúcia Castilho, estudante de Odontologia e Caíque Verão, estudante de Administração, foram convidados pelo Pedro Espíndola, que representou a família Espíndola com participação especial no show do Zé Pretim. “Viemos sem saber as bandas que iam tocar aqui hoje. Gostamos de Rap, eletrônico, sertanejo, MPB e pop rock”. Caíque já é frequentador do Som da Concha, mas Adriano e Lúcia vieram pela primeira vez. “É uma boa alternativa para os domingos”, dizem.

O próximo Som da Concha será o último da temporada 2016. Vai acontecer no dia 29 de janeiro, a partir das 18 horas. Vão se apresentar a banda Opuesto e o cantor Simona. A entrada, como sempre, é franca. A Concha Acústica Helena Meirelles fica no Parque das Nações Indígenas, na Rua Antonio Maria Coelho, 6000, em Campo Grande. Mais informações pelo telefone (67) 3314-2030.

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