Scheidt enfrenta dificuldades na estreia em nova classe no iatismo

Bicampeão olímpico sofreu com quebras no barco e conseguiu completar apenas uma das cinco regatas da 49er neste sábado (14) no Miami Mid Winter, nos Estados Unidos. Problemas não desanimam brasileiro, que volta a competir neste domingo (15).

Scheidt e Borges (Divulgação)

São Paulo (SP) – A estreia de Robert Scheidt na classe 49er foi marcada por muitas dificuldades técnicas no equipamento. Em função de quebras no barco, o bicampeão olímpico e o proeiro Gabriel Borges conseguiram completar apenas uma das cinco regatas do primeiro dia do Miami Mid Winters, neste sábado (14), no City of Miami Regatta Park, nos Estados Unidos. Robert entrou na disputa como preparação para a etapa de Miami da Copa do Mundo, de 22 a 29 de janeiro, e os problemas não desanimam o maior medalhista olímpico do Brasil.

“Infelizmente aconteceram algumas quebras no barco. Quebrou a adriça da vela balão (cabo para içar a vela) na primeira regata e não conseguimos consertar a tempo para as duas primeiras provas. Com isso, voltamos para correr a terceira regata, mas na quarta quebrou outro componente e tivemos que voltar para o clube. Então, não foi um dia bom, porque das cinco regatas, conseguimos completar apenas uma. Estamos trabalhamos para consertar tudo e velejar neste (domingo, 15). Foi um primeiro dia um pouco frustrante, mas o importante é que temos tempo para nos preparar bem para a Copa do Mundo”, disse Robert, que é patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex, com os apoios de COB e CBVela.

Robert Scheidt e Gabriel Borges chegaram em 11º lugar na terceira regata deste sábado, em Miami. Como não conseguiram pontuação nas outras quatro corridas, ocupam a 12º posição na classificação geral, com 83 pontos perdidos. A liderança é da dupla Diego Botin/Santi López, com 18 pontos. No total, 17 barcos estão na disputa da classe 49er no Miami Mid Winters.

Novo desafio – Após o quarto lugar nos Jogos do Rio de Janeiro, Robert decidiu, aos 43 anos, encarar o desafio de velejar em um barco maior, mais veloz e com estratégias diferentes das classes Star e Laser, que o consagraram no mundo do iatismo. Após a Mid Winter e a Copa do Mundo, ambas em Miami, a nova dupla pretende participar da Copa Brasil, em Porto Alegre e, a partir de abril, investir mais tempo em treinamento, desta vez na Europa.

O desafio na 49er abre a possibilidade de um novo ciclo olímpico até os Jogos de Tóquio. “Sempre imaginei que a Rio/2016 fosse a minha última Olimpíada. Eu estava sem definição do que iria fazer quando o Gabriel me ligou perguntando se eu gostaria de testar o 49er. E pensei: ‘Por que não tentar uma categoria nova?’ Ainda tenho lenha para queimar e essa é uma nova motivação. Vamos em frente e deixar as coisas acontecerem até decidirmos se essa empreitada pode se transformar em ciclo olímpico”, contou o maior medalhista do Brasil em Jogos Olímpicos, com cinco pódios.

O recomeço no iatismo é encarado com tranquilidade. “Vejo o 49er como um barco interessante e a ideia é velejar sem compromisso nenhum. Por enquanto, quero aproveitar o privilégio de fazer o que gosto, sem ambição de ser medalhista olímpico de novo. Até porque tenho uma montanha enorme na minha frente. Não tenho background nesse barco. E você toma muita surra no início. Mas estou gostando e o Gabriel é um excelente proeiro (ele fez dupla com Marco Grael no Rio-2016 e terminou em 11º lugar). O tempo vai mostrar até que nível podemos chegar e o próximo ano é decisivo”, afirma Robert.

Sem descanso – Os treinos na nova categoria começaram em novembro do ano passado, na Itália, mais especificamente no Lago di Garda, onde Robert mora com a família. A rotina tem sido exigido muito esforço físico. “As exigências na 49er são diferentes em relação às minhas experiências anteriores. Na Laser, por exemplo, o trabalho é de resistência e alguma força. Agora, as pernas são muito exigidas, pois só se veleja em pé. É preciso velocidade para cruzar o barco. Você apanha muito no começo, mas estou gostando”, conta Robert, que convive com tombos, arranhões e apresenta os joelhos constantemente ‘ralados’.

Maior atleta olímpico brasileiro

Cinco medalhas:

Ouro: Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser)

Prata: Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)

Bronze: Londres/2012 (Star)

176 títulos – 86 internacionais e 90 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos neste ano.

Laser
Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013

*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt

Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star
Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*

*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

Mais informações em www.robertscheidt.com.br

Twitter: @robert_scheidt

Facebook: Robert Scheidt

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