Por que pais adolescentes agridem e maltratam seus filhos?

Casos de violência contra crianças por parte de pais jovens são cada vez mais comuns no Brasil.

Terapeuta Bruno Cesar Costomski, criador da Tardemah Terapia – Foto: Divulgação/ FB Imprensa

Terapeuta Bruno Cesar Costomski, criador da Tardemah Terapia – Foto: Divulgação/ FB Imprensa

Hoje em dia é muito comum ver adolescentes ou até mesmo crianças virando pais, principalmente em casos de vulnerabilidade social, fazendo com que a famosa frase “Uma criança cuidando de outra criança” se torne ainda mais verdadeira.

Nesse cenário, é possível apontar vários motivos para que isso ocorra, valendo destacar a falta de diálogo, educação e instrução como as principais razões, além de alguns casos de “espelho”, onde os pais destes adolescentes também os tiveram muito cedo.

“O fato é que, quando filhos entram na equação, as responsabilidades mudam e são muito maiores. Adolescentes que tinham outros planos se encontram comprometidos pelo resto da vida, tendo que deixar muitas coisas de lado e encarar um novo mundo sem nenhum preparo, o que acaba gerando alguns outros problemas como estresse, ansiedade, pressão e depressão. Com um quadro de males tão severo, alguns não aguentam a pressão e acabam por descontar em cima da própria criança após o nascimento.”, afirma o terapeuta Bruno César Costomski.

Na maioria dos casos, o filho acaba por sofrer maus-tratos e negligência pela mãe, que é a parte do núcleo familiar com quem têm mais contato na maior parte do tempo, surgindo exemplos onde a criança é deixada com a fralda suja ou com fome de propósito ou a mãe não tem paciência para lidar com o choro, e esse acúmulo de frustrações pode resultar em agressividade para com a criança em questão. Em um caso recente, uma adolescente de 16 anos agrediu fisicamente o filho de três meses de idade a ponto de quebrar o braço da criança, no município de Brusque. Ela admitiu a violência e justificou dizendo que tem raiva da criança. No começo do ano, uma criança de 17 dias de vida também foi espancada pela família e teve as costelas quebradas. Casos de violência dentro de famílias nas quais os pais são muito jovens são cada vez mais frequentes, devido à falta de maturidade emocional para lidar com esse compromisso.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Assim, a estabilidade emocional de quem se torna pai ou mãe muito cedo é extremamente importante, para que no futuro os filhos tenham uma boa qualidade de vida, sem traumas ou fobias que podem vir a aparecer ao longo do tempo. “Coisa que vejo muito em meus atendimentos terapêuticos são pessoas que sofreram traumas ainda na infância e carregam bloqueios emocionais para o resto da vida. Atendi um caso de uma senhora de 60 anos que tinha fobia de dirigir, mesmo com um carro novinho na garagem. Ela procurou ajuda terapêutica para tratar esse medo e, após sessões para delimitar a causa deste bloqueio, descobri que o gatilho foi um fato que ocorreu na infância, quando ela tinha nove anos de idade e que ficou plantado em seu inconsciente por 51 anos. Por isso friso a importância da saúde emocional, principalmente dos adolescentes que acabam sendo pais e ainda não têm experiência de vida e nem a própria mente formada totalmente”, exemplifica Bruno.

A Tardemah Terapia, método criado por Bruno, pode ser usada inclusive em casos de Depressão Pós-Parto (DPP), que também podem acarretar em atos de violência contra os filhos e/ou contra si mesma. É importante ter em mente que a DPP é muito comum (mais de 2 milhões de casos por ano no Brasil, aproximadamente) e que os sintomas envolvem sentimento de tristeza constante e a falta de prazer em atividades cotidianas, além de formas de ressentimento que podem ser de leves a extremas, o que pode resultar na chamada Psicose Pós-Parto.

O especialista ainda afirma que, através de um tratamento terapêutico que dura algumas sessões, é possível obter um controle emocional a fim de adquirir uma melhor qualidade de vida pelas técnicas utilizadas, que visam tratar os males como ansiedade, depressão, fobia, fobia social, síndrome do pânico, traumas e medos, diminuindo assim a incidência de casos de violência nesse tipo de situação.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Topo