Segunda oportunidade: internas da unidade prisional de Jateí aprendem Corte e Costura

Foto: Divulgação

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Com objetivo de promover a inclusão social e oferecer alternativas para que a comunidade carcerária feminina do Estabelecimento Penal Luiz Pereira da Silva tenha uma opção de geração de renda e uma nova profissão, o Sindicato Rural de Jateí mobilizou, no mês de agosto, uma turma com 12 internas que participaram do curso de Corte e Costura, oferecido pelo Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

Na avaliação do presidente, José Pereira, a capacitação atendeu necessidades sociais e psicológicas das internas, estimulando o processo de ressocialização com a sociedade. “Foi uma oportunidade de contribuirmos com as participantes que demonstraram vontade de aprender um ofício, sem contar que serve como uma terapia para quem está na condição de encarceramento”, explica.

Segundo informações da Agepen – Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário, o sistema prisional de Mato Grosso do Sul conta com uma população de 15.441 detentos, sendo 1.318 do sexo feminino. Na unidade de Jateí mais da metade das internas fizeram capacitações oferecidas por intermédio de parcerias com instituições da iniciativa pública e privada.

A diretora Solange Pereira da Silva é pedagoga, especialista em Administração Penitenciária e assumiu a gestão da unidade em março deste ano. Ela explica que iniciativas como a que foi oferecida pelo sindicato rural e o Senar/MS propiciam uma nova oportunidade de reinserção das alunas na sociedade. “Os cursos ajudam a melhorar a formação profissional das internas, já que a maior parte delas, depois de sair da prisão, enfrenta a falta de estudo e o preconceito”, observa.

Promoção Social – o instrutor responsável foi Luciano Ferreira da Fonseca que aplicou dois módulos previstos na capacitação: Modelagem e Confecção, totalizando 80 horas/aula. Fonseca destaca que atender esta turma foi uma experiência gratificante, enquanto profissional. “Me deparei com uma turma animada e com muita vontade de aprender e isso nos estimula bastante enquanto educadores. Elas demonstraram ser muito observadoras e a força de vontade resultou em trabalhos muito bem acabados”, argumenta.

Uma das alunas é L. R. L., 39 anos que destaca a satisfação de ter participado e concluído a capacitação. “Antes de vir para cá eu era comerciante e estou animada com a possibilidade de recomeçar minha trajetória com uma profissão. Gostei muito do curso, pois, é fundamental termos nosso tempo preenchido com atividades que possam nos ajudar a ter um recomeço digno e que nos mantenham a fé em novas conquistas”, ressalta.

A reeducanda R. M. G. 48 anos, já trabalhou como educadora e reforça a importância da qualificação para as internas da unidade: “O curso nos trouxe novos horizontes para o futuro; nos mostra que podemos construir novos planos em relação à nossa vida social e profissional, melhorando nossa qualidade de vida em todos os aspectos”, argumenta.

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