Após 5 anos de Guerra Civil, cerca de 60 mil ativistas foram mortos em prisões na Síria

Imagem de março de 2016 mostra prédios e edifícios no Bairro de Saif al-Dawla, em Aleppo, no Norte da Síria – Foto: Hosam Katan/Reuters

Imagem de março de 2016 mostra prédios e edifícios no Bairro de Saif al-Dawla, em Aleppo, no Norte da Síria – Foto: Hosam Katan/Reuters

A Anistia Internacional divulgou na manhã deste sábado (21/05), por volta das 09h25min (horário de Brasília), a informação de que depois de cinco anos de Guerra Civil, mais de 60 mil ativistas políticos foram mortos em prisões na Síria. O maior número de vítimas aconteceu na Prisão de Saydnaya, controlada pelo Exército.

De acordo com informações das principais agências internacionais de notícias, o número de ativistas mortos na Síria é parecido com os do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), cuja sede fica localizada em Londres, na Inglaterra.

Segundo a Anistia Internacional e o OSDH, os ativistas políticos foram mortos sob torturas e/ou devido às péssimas condições de detenção nas prisões sob o domínio do presidente/ditador Bashar Al-Assad. A maioria das prisões são controladas pelo Exército Sírio.

“Desde março de 2011, pelo menos 60 mil pessoas morreram por tortura ou maus tratos, principalmente por falta de remédio e alimentos, nos centros de detenção do regime. O maior número de mortes foi registrado na prisão de Saydnaya e nos centros de detenção dos serviços secretos do exército do ar e da segurança do Estado”, informou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

Rami Abdek Rahman disse ainda que, os números foram obtidos através de uma fonte do próprio regime sírio, que preferiu não se identificar.

A Prisão de Saydnaya, onde ocorreu o maior número de mortes, fica localizada a 30 km ao Norte de Damasco, capital do país, e é considerada uma das maiorias da região.

O OSDH informou ainda que existe uma lista com o nome de 14.456 mortos, dentre os quais estão 110 crianças.

Ao todo, teriam passado pelas prisões sírias desde o início da Guerra Civil, iniciada em 2011, cerca de 500 mil prisioneiros. Destes, 270 mil foram mortos.

A Guerra Civil, a prisão de civis e rebeldes por soldados do Exército e, sobretudo, o massacre cometido por jihadistas do Estado Islâmico (EI), estão fazendo com que milhares de pessoas decidam fugir das cidades bombardeadas, atravessando zonas perigosas e enfrentando a travessia do Mar Mediterrâneo, em busca da segurança em algum país da Europa.

O OSDH afirma também, que as mortes de civis sírios inocentes não estão ocorrendo apenas em prisões do regime, mas também, em celas e presídios dominados pelos rebeldes e jihadistas do Estado Islâmico.

Em fevereiro deste ano, especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) pediram autorização ao Governo da Síria para visitar as prisões no país, mas tiveram autorização apenas para irem em presídios em regiões sob o domínio de rebeldes sírios.

Os especialistas da ONU acreditam que o Regime Sírio esteja na verdade assassinando os opositores, e que existe na Síria uma “Política de Estado de extermínio em massa de detidos/prisioneiros”.

Com informações das Agências Reuters e France Presse

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